Uma em cada oito pessoas em todo o mundo poderia ser classificada com algum grau de obesidade. É o que mostra um estudo divulgado recentemente pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que analisou dados levantados até 2022.
No Brasil, a pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) estima que quase 20% da população nacional apresentava obesidade.
Considerada um problema de saúde pública, a obesidade preocupa as autoridades de saúde pelas alterações metabólicas causadas no organismo.
Definição de obesidade e de sobrepeso
A obesidade é definida pela OMS como o excesso de gordura corporal. É considerada obesa toda pessoa com Índice de Massa Corporal, ou apenas IMC, acima de 30kg/m².
Para chegar a esse número, é feita uma conta simples, que toma como base o peso (em quilogramas) dividido pelo quadrado da altura (em metros).
Algumas calculadoras disponíveis ajudam a obter o número de um jeito mais simples e prático. Mas, na prática, uma pessoa com 1,80 m e 85 kg pode calcular o seu próprio IMC a partir da seguinte conta:
- Primeiro, ela deve multiplicar o valor da altura por ele mesmo (1,80 x 1,80 = 3,24).
- Depois, o valor de seu peso deve ser dividido pelo resultado da conta anterior (85/3,24).
- Nesse cenário hipotético, o IMC encontrado é de 26kg/m² – valor classificado como sobrepeso, categoria considerada quando o excesso de gordura é um percentual menor do que a obesidade.
Confira outros valores de referência para o IMC (em kg/m²):
- menor que 18,5 = baixo peso
- entre 18,5 e 24,9 = intervalo normal
- entre 25 e 29,9 = sobrepeso
- entre 30 e 34,9 = obesidade classe I
- entre 35 e 39,9 = obesidade classe II
- maior que 40 = obesidade classe III
As causas da obesidade
Toda vez que comemos mais do que as necessidades do corpo, a diferença é armazenada na forma de gordura. Com o tempo, os quilos a mais passam a aparecer na balança.
Além disso, outros fatores podem contribuir para a obesidade. Entre eles estão:
- Predisposição hereditária (histórico familiar).
- Hábitos alimentares inadequados.
- Sedentarismo.
- Questões emocionais, que podem alterar a relação com a comida.
- Alterações metabólicas e hormonais.
De todo modo, é fundamental ir além das questões individuais ao tratar da obesidade. Isso evita que a responsabilidade do excesso de gordura recaia apenas sobre a pessoa e faz com que fatores sociais e econômicos possam ser considerados.
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Os riscos da obesidade para a saúde
De natureza crônica, o excesso de peso costuma ser a causa – ou estar envolvido no agravamento – de uma série de doenças e condições. A OMS aponta que, em 2019, as complicações derivadas da obesidade foram responsáveis por mais de 5 milhões de óbitos , causados especialmente por doenças cardiovasculares, diabetes, câncer, doenças respiratórias crônicas, entre outras condições preveníveis.
Entre as complicações da obesidade, destacam-se a/o:
- Hipertensão arterial.
- Resistência à insulina e ao diabetes.
- Desequilíbrios nos níveis de colesterol.
- Aumento do risco de doenças cardiovasculares, incluindo infartos e derrames.
- Acúmulo de gordura no fígado.
- Risco de pedras na vesícula.
- Disfunções respiratórias, como a asma e a apneia do sono.
- Problemas nas costas.
- Redução na mobilidade por complicações de quadros de artrite, artrose ou osteoporose.
- Alguns tipos de câncer, como mama e próstata.
- Transtornos de saúde mental, muito por conta do estigma relacionado ao excesso de peso.
Como agir para reverter esses riscos
Uma vez que a obesidade não tem causa única, sua prevenção necessita de uma combinação de várias abordagens, preferencialmente orientadas por profissionais de saúde capacitados (como médicos e nutricionistas).
A boa notícia é que reduzir um pouco o peso já oferece muitos benefícios. Sabe-se, por exemplo, que complicações derivadas da obesidade podem ser minimizadas com a perda de 5% a 10% da massa corporal, de acordo com estudo publicado na Mayo Clinic Proceedings.
Além disso, na maioria dos casos, a combinação de duas ou mais intervenções, sendo a maioria de ordem comportamental, tende a trazer mais resultados que contribuem para a prevenção da obesidade. Entre elas, vale considerar:
- Mudanças na alimentação, privilegiando uma dieta diversificada e equilibrada, mas pobre em gorduras, sal e açúcar.
- Prática regular de atividade física, que amplia o gasto de energia.
- Uso de determinados medicamentos, conforme prescrição profissional, inclusive para controlar as condições associadas (como pressão arterial, diabetes e colesterol).
- Cirurgias, que são restritas a casos bastante graves que não respondem bem às alternativas disponíveis.
Que tal agora conferir outras recomendações importantes para a prevenção de doenças cardiovasculares?