Entender o que é a sarcopenia é fundamental para compreender de que forma tal condição pode afetar a qualidade de vida de pessoas idosas.
É esperado que o envelhecimento esteja associado a uma série de alterações fisiológicas que levam, inclusive, a mudanças na composição corporal dos idosos. Por isso, é essencial compreender o que é a sarcopenia, por exemplo.
Tal condição é caracterizada, sobretudo, pela redução da quantidade e da força dos músculos. Isso amplia a fragilidade e afeta a qualidade de vida desse segmento da população, que tende a se tornar cada vez maior. Portanto, é indispensável reconhecer o impacto do problema e adotar medidas para reverter tal comprometimento.
O que é a sarcopenia e como esse problema evolui?
A sarcopenia (termo que vem do grego e pode ser traduzido como “pobreza da carne”) é o nome dado a condição caracterizada pela acelerada alteração musculoesquelética que leva a perda da capacidade funcional dessas estruturas do organismo. Ao contrário do que se imagina, com o passar da idade tal problema pode atingir até mesmo indivíduos saudáveis e ativos.
Tal comprometimento é reflexo das mudanças que o corpo atravessa com os anos. Durante o envelhecimento, é esperado que a quantidade de gordura acumulada no corpo aumente, por exemplo. No sentido oposto, por uma série de fatores, o corpo passa a sofrer com uma redução da massa magra, incluindo nisso os músculos.
É preciso levar em conta, por exemplo, que idosos podem ter uma menor demanda alimentar. Com isso, o organismo passa por processos que fazem com que os músculos sejam utilizados como fonte de energia. Além disso, nessa fase da vida os mecanismos metabólicos responsáveis pela produção de novos músculos se tornam deficientes, levando ao enfraquecimento muscular.
Seja como for, a sarcopenia pode ser classificada como primária quando não há nenhum problema de base facilmente identificável capaz de explicar a perda ou perda muscular. Enquanto isso, os quadros de sarcopenia secundária são aqueles em que uma doença, mudanças nutricionais ou mesmo a inatividade física explicam a condição.
É difícil estimar quantas pessoas sofrem da sarcopenia, já que esse número pode variar conforme o recorte etário avaliado ou mesmo o conceito utilizado no diagnóstico do problema. De qualquer maneira, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia aponta que entre pessoas com 60 e 70 anos, o enfraquecimento muscular afeta até 13% dos indivíduos. Já entre idosos acima dos 80, os dados mostram que entre 10% e 50% podem ter algum grau de comprometimento na saúde dos músculos.
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Como a progressão da sarcopenia afeta a saúde das pessoas mais velhas?
Acima de tudo, a sarcopenia acelera o aumento da fragilidade nas pessoas idosas, que no fim leva a um aumento da mortalidade. É frequente, por exemplo, que o enfraquecimento muscular amplie o risco de quedas entre os mais velhos, um tipo de acidente que pode ter consequências sérias nessa fase da vida.
Antes disso, a perda da funcionalidade muscular pode diminuir a autonomia da pessoa idosa. Com o tempo, quem sofre de sarcopenia perde a capacidade de desenvolver de forma independente atividades que antes eram comuns. E isso vale até mesmo para ações muito simples, como levantar da cadeira ou subir uma escada com poucos degraus.
No mais, a sarcopenia pode ampliar os períodos de hospitalização em pacientes internados e aumentar o risco de complicações quando cirurgias são necessárias. Ainda assim, é muito comum que tal problema passe despercebido e não seja devidamente avaliado e tratado, inclusive em ambiente hospitalar.
Quem sofre de sarcopenia pode apresentar sintomas como fadiga, perda de peso, sensação de lentidão e dificuldade para levar em frente esforços físicos simples. Embora possam ser um indicativo da perda da função muscular, o diagnóstico do problema só é confirmado por meio de uma avaliação profissional cuidadosa.
Que medidas são importantes para conter a perda muscular?
Para o diagnóstico da sarcopenia são utilizados questionários e escalas específicas que determinam a magnitude do comprometimento da capacidade muscular. Nesse contexto, podem ser utilizados recursos como exames de bioimpedância ou de imagem. Cada alternativa de recurso diagnóstico tem suas desvantagens e desvantagens (como custo e precisão, por exemplo) que devem ser consideradas pelo profissional de saúde.
De todo modo, para conter a degradação muscular é essencial combinar duas medidas básicas: prática regular de exercícios físicos e o reforço nutricional apropriado, sobretudo para complementar a ingestão de proteínas.
O aumento do consumo de proteínas pode acontecer com uma maior oferta de alimentos ricos nesse nutriente (como carnes, ovos, leite e determinados grãos e cereais). Quando as refeições por si não forem capazes de fornecer o aporte proteico recomendado, suplementos nutricionais podem ser prescritos por médicos e nutricionistas.
Para reduzir o tempo parado, o ideal é concentrar esforços nos exercícios de força. Além disso, atividades que fortalecem o equilíbrio também podem ser importantes, uma vez que reduzem o risco de quedas. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, idosos acima de 65 anos devem acumular semanalmente entre 150 e 300 minutos de atividade física moderada ou intensa.
Dentro desse período indicado, pelo menos dois dias devem ser reservados para os exercícios de força. Tudo isso, claro, deve respeitar as limitações do paciente e ir progredindo pouco a pouco na quantidade e na intensidade dos movimentos.
Em suma, compreender o que é a sarcopenia é parte indispensável dos cuidados para promover uma maior qualidade de vida e ampliar a longevidade dos idosos. Assim, tal aspecto não deve ser visto como parte natural do envelhecimento, sob risco de afetar o bem-estar nessa fase da vida.
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