O médico da família é o especialista em medicina da família e da comunidade. A atuação desse profissional vai além da mera resolução de problemas da saúde. Com isso, essa especialidade se concentra na promoção do bem-estar e da qualidade de vida no longo prazo, sobretudo por meio da prevenção e do acompanhamento próximo dos seus pacientes.
O Ministério da Saúde estima que a atuação de um médico da família na atenção primária (ou seja, no primeiro contato do paciente com um atendimento ) é capaz de resolver até 85% das queixas.. Nos demais casos, esse profissional pode encaminhar a pessoa para a especialidade mais adequada conforme a sua avaliação.
Afinal, o que um médico da família faz?
O médico da família é aquele profissional responsável pelo acompanhamento mais próximo da condição de saúde de um grupo de pessoas ao longo da vida. Como isso, esse especialista não avalia apenas a queixa da pessoa naquele momento, mas considera todo o seu contexto (social, econômico, familiar etc.) para a partir disso fornecer orientações para resolver e prevenir diversos problemas de saúde.
Não por menos, é comum dizer que um médico da família não é um especialista em doenças, mas sim na relação com as pessoas. Por manter um contato constante e mais próximo com seus pacientes, é esperado que médicos dessa área desenvolvam um relacionamento mais estreito com seus pacientes. Isso permite uma maior individualização de todas as recomendações feitas.
Levando tudo isso em conta, o médico da família geralmente foca sua atenção em problemas comuns de saúde. Exemplos disso são sintomas de doenças respiratórias, alterações ginecológicas e dores crônicas, por exemplo.
Além disso, o médico da família pode recomendar a realização de exames periódicos, que permitem identificar doenças em estágios iniciais ou ainda ajudar no controle de diversas condições crônicas, como diabetes e hipertensão arterial. Não custa lembrar que se não tratadas adequadamente, essas doenças podem gerar complicações graves.
No mais, esse profissional pode providenciar o encaminhamento do paciente para especialistas diante de alterações que possam demandar acompanhamento especial. Esse é o caso, por exemplo, de um paciente que apresenta sinais e sintomas de adoecimento psíquico. Tal quadro pode exigir a atuação de um psiquiatra e/ou um psicólogo.
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Quais as diferenças entre a atuação de um médico da família e de um clínico geral?
Vale sempre destacar que médico da família e o clínico geral trabalham de forma diferente. Ainda que em muitos casos eles tratem problemas similares, a forma como isso se dá faz com que as similaridades não sejam tão grandes quanto se imagina.
O que é preciso ter em mente é que o clínico geral é um profissional que costuma prestar atendimento de forma pontual. Imagine, por exemplo, que você acorda com uma forte indisposição estomacal.
Nesse caso, um clínico pode fazer uma avaliação inicial, solicitar os primeiros exames e avaliar se aqueles sintomas são consequência de um quadro mais grave. De todo modo, ele pode prescrever medicamentos e outras medidas para aliviar o problema.
No entanto, ele faz isso sem considerar o contexto e o histórico detalhado daquele paciente, já que muitas vezes ele está estabelecendo o primeiro contato com aquele indivíduo. Não por menos, é comum que clínicos gerais estejam na linha de frente de emergências e urgências.
Já o médico da família pode, além de oferecer o suporte para resolver aquele problema de saúde, passar orientações mais específicas sobre como evitar que ele se repita ou ainda trabalhar para identificar fatores de riscos associados a uma condição específica, principalmente quando ela se repete.
Alguém com dores frequentes na barriga pode ter algo mais sério que precisa ser investigado de perto, por exemplo. Assim, cabe ao médico da família avaliar o quadro e, se julgar necessário, encaminhar o paciente para outro especialista apropriado.
Como essa especialidade contribui com a saúde dos pacientes?
Em um primeiro momento, o que mais chama a atenção no papel de um médico da família na promoção da saúde é o seu trabalho de prevenção. As orientações desse profissional podem ser fundamentais para reforçar cuidados básicos capazes de evitar boa parte dos problemas médicos.
Além disso, esse especialista tem a vantagem de trabalhar com um conhecimento maior do histórico de cada paciente. Isso permite que as intervenções prescritas sejam mais precisas, sem que seja preciso ficar repetindo procedimentos. Esse contato constante também permite acompanhar a adesão aos tratamentos indicados.
Por fim, a proximidade com o médico da família faz também com que o paciente tenha sempre uma referência de onde procurar ajuda diante de qualquer dúvida sobre a saúde, obtendo a orientação ou mesmo o encaminhamento adequado sempre que necessário. Basta pensar em todas as vezes que você experimentou algum sintoma qualquer e não sabia que especialista procurar.
O trabalho do médico da família se dá tanto na rede pública de saúde quanto na saúde suplementar. Se você é atendido por um plano de saúde, confira se a sua operadora oferece programas de atenção primária à saúde, conforme regulamentação da Agência Nacional de Saúde Suplementar.
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