Todos os anos, o Novembro Azul busca ampliar a conscientização em torno da saúde masculina, visando sempre o fortalecimento necessário de medidas de prevenção que podem fazer toda a diferença em uma vida mais saudável e longeva.
Ainda assim, esse objetivo encontra algumas barreiras. Muitas delas envolvem a reticência na procura por ajuda e a dificuldade dos homens em desenvolver uma relação de confiança com o profissional de saúde, tornando a jornada de cuidado mais difícil.
Por isso, vale a pena entender quais aspectos influenciam essa relação e o que pode ser feito para superar tal barreira capaz de afetar negativamente a qualidade de vida desses indivíduos.
Fatores que elevam os riscos à saúde masculina
De acordo com levantamento encomendado pela Sociedade Brasileira de Urologia, 46% dos homens acima dos 40 anos só vão ao médico quando sentem algum desconforto. Esse dado foi obtido a partir de indivíduos do sexo masculino em todas as regiões do país no ano de 2023, por meio de um questionário virtual.
Além disso, apenas 32% deles se dizem “muito preocupados” com a própria condição de saúde. Já entre aqueles com mais de 60 anos, 78% dos entrevistados dizem fazer exames regularmente.
A pesquisa também mostra as doenças que mais despertam a atenção e a preocupação masculina. 58% dos respondentes apontaram o câncer de próstata como principal temor, seguido pela impotência sexual, com 37% das respostas.
Por outro lado, um em cada sete indivíduos ainda se diz receoso por conta do exame de toque retal, parte importante do diagnóstico precoce de um tumor nessa parte do corpo.
Tais números são reflexos de comportamentos que são comuns: homens convivem com o estigma de que qualquer forma de autocuidado é vista como um sinal de fraqueza ou algo capaz de interferir na noção de masculinidade esperada pela sociedade.
No fim, isso pode atrasar o tratamento de condições que, se identificadas precocemente, têm boa chance de controle e até mesmo de cura.
Adicionalmente, eles tendem a ter mais dificuldade para controlar fatores associados a complicações de saúde (como o peso corporal e doenças crônicas) e adotar mais comportamentos de risco. Entre eles estão o consumo de álcool, o tabaco ou mesmo o envolvimento em episódios de violência (como brigas e acidentes de trânsito, por exemplo).
Como ampliar a confiança na hora de procurar ajuda profissional
Desse modo, o primeiro passo para fortalecer a saúde masculina pode envolver o reforço a um hábito importante: as consultas de rotina, sem que para isso seja necessário apresentar qualquer queixa.
Com a ajuda especializada, o homem pode receber a orientação adequada sobre os exames necessários em cada fase da vida, bem como as medidas essenciais para prevenir doenças e ampliar a qualidade de vida como um todo.
Para isso, antes de tudo, é essencial ser transparente sobre queixas e dúvidas ao longo da consulta. Lembre-se sempre de que o profissional de saúde é alguém capacitado justamente para acolher e ouvir o que os pacientes têm a dizer. Ademais, eles têm o dever de resguardar o sigilo do indivíduo.
Em todo caso, vale sempre buscar médicos que tenham mais facilidade em proporcionar um espaço seguro para que essas conversas sejam francas e realmente efetivas no cuidado com a saúde masculina.
Por fim, homens devem sempre manter a disposição para falar sobre o tema com seus amigos e familiares. Além de permitir a troca de experiências no cuidado com o próprio bem-estar, tal estratégia ajuda na redução dessa forma indesejada de preconceito que ainda persiste.
Confira também: Por que você não deve interromper o tratamento da hipertensão arterial?
Aspectos que contribuem com uma vida mais saudável
Junto do acompanhamento médico, homens de todas as faixas etárias podem repensar e incluir no dia a dia uma série de hábitos que minimizam a chance de ser afetado por um problema grave de saúde. Entre as principais medidas para isso estão:
- Fazer exames regularmente (entre eles: sangue, pressão arterial ou mesmo da próstata), que ampliam a probabilidade de que alguma alteração seja identificada antes mesmo de provocar algum sintoma.
- Reduzir o consumo de álcool, substância cujo abuso aumenta a chance de problemas físicos e mentais, no curto e no longo prazo.
- Parar de fumar o quanto antes, uma vez que o tabagismo é o principal fator de risco evitável para inúmeras doenças.
- Manter uma alimentação equilibrada, capaz de reduzir o consumo de sal, de açúcar e de gordura.
- Incluir mais atividades físicas na rotina, o que ajuda no controle do peso, na prevenção de complicações cardiovasculares e uma série de doenças crônicas, como o diabetes e a pressão alta.
Assim, a mensagem que deve permanecer além do Novembro Azul é de que o cuidado com a saúde masculina depende de uma combinação de fatores e deve incluir em toda essa equação a remoção de obstáculos que impedem o acesso à atenção necessária ao longo de toda a vida.
Para saber mais sobre o diagnóstico, a evolução e o tratamento de um câncer de próstata, confira esse outro conteúdo disponível aqui no blog da Sciath.