Talvez você não saiba, mas casos de inflamação na gengiva têm sido associados a um maior risco cardíaco. A má saúde bucal é apontada como uma possível causa de doenças cardíacas há muitos anos. Mas ainda se estuda a relação de causa e consequência entre os dois fatos.
Há vários estudos em andamento para explicar a aparente conexão entre uma inflamação severa na boca (com perda de dente) e a doença cardíaca. Uma das investigações avalia se um sangramento decorrente de uma inflamação na boca poderia transportar pela corrente sanguínea bactérias que causaram a gengivite ou periodontite e espalhar a inflamação para as próprias veias e outros órgãos. O coração, assim, ficaria vulnerável. Os achados mostram que exames detectaram a presença de bactérias típicas da boca em outras partes do corpo.
Outros estudos mostram que as inflamações em cascata teriam origem em uma resposta do sistema imunológico a algum desequilíbrio anterior, podendo alcançar inclusive o cérebro.
De todo modo, a ciência confirma que uma boa saúde bucal pode ajudar a prevenir que outras infecções se espalhem pelo sistema circulatório. Continue lendo para entender como essa prevenção acontece.
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Como a saúde bucal se relaciona com a saúde cardíaca?
De acordo com um artigo da Mayo Clinic, o que os estudos constataram até agora foi o seguinte:
- A doença gengival (periodontite) está associada a um risco aumentado de desenvolver doenças cardíacas;
- A má saúde bucal aumenta o risco de infecção bacteriana na corrente sanguínea, que pode afetar as válvulas cardíacas (a saúde bucal pode ser particularmente importante para quem tem válvulas cardíacas artificiais);
- Os padrões de perda dentária estão ligados à doença arterial coronariana;
- Há uma forte conexão entre diabetes e doenças cardiovasculares e evidências de que pessoas com diabetes se beneficiam do tratamento periodontal.
Além disso, uma revisão sistemática de estudos sobre o efeito do tratamento da periodontite no estado de saúde de pacientes com doença cardíaca, de 2018, constatou que “o tratamento periodontal tem um efeito benéfico sobre alguns dos parâmetros bioquímicos considerados de risco cardiovascular” e que são necessários novos estudos para entender melhor como essas questões se relacionam.
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