Do suporte necessário rumo à cura, à uma caminhada em direção ao desconhecido. A psicoterapia, popularmente conhecida apenas por “terapia”, está cada vez mais presente no nosso cotidiano.
Apesar de a terapia estar relacionada a uma gama muito maior de modalidades com finalidade de curar processos não necessariamente voltados ao lado emocional, ela tem efeito imediato no imaginário popular.
Quando se fala em terapia, a ideia de um paciente deitado no divã e de um terapeuta barbudo, vestido de terno, com as pernas cruzadas e com um caderno na mão, pronto para ouvir sobre todos os nossos problemas e dilemas morais, é bem caraterística.
Contudo, essa imagem, indiscutivelmente associada ao pai da psicanálise, Sigmund Freud, não é bem o todo no que se refere ao que hoje temos disponível no campo da Psicologia (em verdade, é algo completamente diferente).
A psicologia como a conhecemos hoje, surge na Alemanha, mas não foi o conhecido Freud o responsável por isso e sim um famoso desconhecido, Wilhelm Wundt.
Wundt, em 1870, no seu laboratório dedicado exclusivamente ao estudo experimental da psicologia enquanto campo autoconsciente, foi o responsável por dar o que é hoje considerado enquanto o pontapé inicial para a construção da psicologia moderna.
Junto a ele, grandes nomes foram surgindo ao longo dos mais de 150 anos que se passaram até os dias de hoje.
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5 abordagens mais conhecidas e procuradas da psicoterapia
Um século e algumas poucas décadas depois, chegamos aos dias de hoje, onde contamos com uma vasta gama de possibilidades dentro da psicologia.
Existe hoje, inclusive, a modalidade de atendimento remoto, utilizando as Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs), desde que o profissional esteja devidamente cadastrado no Conselho Federal de Psicologia para a prestação desse serviço.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Psicologia, a praticidade e distanciamento social devem continuar impulsionando a modalidade remota mesmo com a queda nos números de casos de Covid-19.
E, com o aumento do número de abordagens e psicólogos oferecendo essas possibilidades, surgem, invariavelmente, dúvidas sobre “qual abordagem mais tem a ver comigo?” ou mesmo “será que vale mesmo a pena eu fazer terapia?”.
É para isso que estamos aqui hoje, para te ajudar a tentar se entender e entender qual o processo psicoterapêutico que você mais se identifica.
A seguir, detalhamos as 5 abordagens mais conhecidas e procuradas da psicoterapia:
1. Psicanálise
Criada por Freud, essa teoria busca explicar as motivações dos transtornos mentais e da personalidade humana. Segundo essa linha, nós humanos agimos através de pulsões inatas: a sexual e a de morte.
A psicanálise busca estimular que o próprio paciente compreenda o que está acontecendo consigo e quais vias ele pode usar para se autotransformar e sair desse cenário problemático.
Centrada no autoconhecimento, promove a alteração gradual dos sintomas. É importante destacar, que essa é uma linha não diretiva, ou seja, o analista não sugere diretamente ao paciente qual atitude tomar. A análise acontece a partir das associações do paciente.
2. Psicologia Analítica de Jung ou Análise Junguiana
Ao contrário da linha criada por Freud, a psicologia junguiana tem como o objeto de estudo os sonhos e o terapeuta busca manter a conversa sempre em torno dos problemas que trouxeram o paciente até ali.
Utilizando-se do método da imaginação ativa, são empregadas técnicas ligadas às artes como pintura, escultura, desenho, técnicas de escrita e a caixa de areia.
É indicada para quem busca autoconhecimento profundo e costuma durar vários anos.
3. Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)
Criada na década de 1960, pelo psiquiatra americano Aaron Beck, a Terapia Cognitivo-Comportamental é uma abordagem focada em alterar pensamentos disfuncionais, centrando-se na condição presente do paciente.
Buscaproporcionar reflexão e autoconhecimento, flexibilidade comportamental, resolução de problemas e regulação do humor.
A ideia é mostrar que esses pensamentos podem ser modificados por meio de treino e raciocínios funcionais.
As sessões costumam ser estruturadas e têm efeitos positivos em questões pontuais.
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4. Terapia Humanística
Essa linha é centrada em conceitos como livre-arbítrio, autoeficácia e autoatualização.
A terapia humanística preconiza que toda pessoa tem capacidade de crescimento e desenvolvimento. O terapeuta busca criar um ambiente acolhedor, por meio da escuta empática, para que o paciente possa se desenvolver na direção escolhida por ele mesmo.
Normalmente é indicado para pessoas que apresentam algum tipo de vício ou comportamento autodestrutivo.
5. Behaviorismo ou Analítico Comportamental
Essa linha de psicoterapia atua diretamente na transformação comportamental do paciente.
Os precursores dessa área acreditam que a pessoa tende a mudar o seu comportamento de acordo com o ambiente em que está inserida.
É uma técnica comumente aplicada em pacientes com ansiedade, pânico, fobia social, depressão, dependência química e problemas de aprendizagem.
Ao final de cada sessão, costumam ser passadas tarefas para serem realizadas pelos pacientes de modo que altere seus comportamentos frente ao que lhe aflige.
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Como escolher a terapia mais adequada para mim?
Após conhecer um pouco mais sobre as diversas linhas terapêuticas existentes, antes de iniciar o processo terapêutico propriamente dito, é recomendado que você marque uma consulta inicial para conhecer o profissional e tirar todas as dúvidas.
Assim, é possível definir objetivos acerca das temáticas que mais lhe incomodam e determinar se há condições do terapeuta ajudá-lo.
Pode ser necessário realizar algumas sessões para que você se sinta confortável com o processo. É fundamental que você esteja relaxado e aberto para tocar em assuntos de cunho pessoal.
Existem casos que o profissional encaminha o paciente para colegas que atuam em outras linhas terapêuticas por julgar ser mais condizentes com suas necessidades.
Ler sobre o assunto e conversar com outras pessoas que já fizeram psicoterapia também pode ser bastante útil.
Busque refletir sobre os resultados que você espera obter com a psicoterapia. Identificar esses objetivos certamente facilitará a escolha da linha terapêutica que mais combina com você.
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