Uma em cada três crianças brasileiras está acima do peso, de acordo com o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), de 2019. O dado assusta ainda mais se pensarmos que durante a quarentena, em 2020, o risco de sobrepeso e obesidade infantil aumentou.
Com as mudanças na rotina, muitos pequenos passaram mais tempo em frente às telas e menos praticando atividade física, o que, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, é motivo de preocupação, pois contribui para o aumento da obesidade infantil.
Mas por que isso é um problema? Será que é só uma fase? Por mais que muitas vezes seja difícil, é importante ter atenção com os hábitos dos pequenos. Pois a obesidade infantil pode ter graves riscos para a criança a curto e longo prazo.
O que é a obesidade?
O sobrepeso e a obesidade são definidos como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura que apresenta risco à saúde. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, um Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 25 é considerado sobrepeso. Já o IMC acima de 30 é considerado obeso.
Lembrando que o IMC é calculado dividindo o peso (em kg) pela altura (em metros), ao quadrado. IMC = peso/altura2.
Atualmente, a obesidade infantil é um dos desafios de saúde pública mais sérios do século XXI. De 1975 a 2016, a incidência de crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade entre 5 e 19 anos aumentou mais de quatro vezes, de 4% para 18% em todo o mundo.
A obesidade pode começar desde os primeiros meses de vida. Mas a situação é mais preocupante à medida que passam os anos e a criança permanece obesa. A Sociedade Brasileira de Pediatria alerta que é errado aguardar que a criança emagreça ao longo da infância. Isso porque, geralmente, o que acontece é o oposto. Ela permanece com sobrepeso ou engorda progressivamente, já que os fatores que a tornaram obesa tendem a persistir ou a piorar. Por isso, é importante entender essa doença e mudar hábitos para preveni-la o quanto antes.
Riscos da obesidade para a criança
Crianças e adolescentes obesos sofrem consequências para a saúde tanto de curto como de longo prazo. Confira algumas possíveis complicações:
Ser um adulto obeso
De acordo com o Ministério da Saúde, um estudo aponta que crianças acima do peso possuem 75% mais chance de serem adolescentes obesos e 89% dos adolescentes obesos podem se tornar adultos obesos.
Diabetes
O acúmulo de gordura pode afetar o funcionamento do pâncreas e levar o organismo a se tornar resistente à insulina. Dessa forma, o risco para o desenvolvimento precoce de diabetes tipo 2 é muito maior. E essa é uma doença crônica, ou seja, a criança terá para o resto da vida.
Doenças cardiovasculares
De acordo com estudo publicado na Revista Brasileira de Hipertensão, a obesidade está relacionada com níveis altos da pressão arterial. O ganho de peso afeta a atividade vascular. Por isso, também favorece o aumento do colesterol ruim (LDL). Assim sendo, a obesidade é um fator de risco para doenças cardiovasculares.
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Condições psicológicas
Crianças obesas são mais propensas a sofrer bullying, que, como consequência, pode gerar baixa autoestima, isolamento social e depressão. Logo, elas também possuem mais chances de ter distúrbios alimentares.
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Problemas nos ossos
O excesso de peso pode prejudicar o desenvolvimento dos ossos conforme a criança cresce. Dessa forma, crianças diagnosticadas como obesas ou com sobrepeso podem ter um risco maior de fraturas devido ao estresse nos ossos e por causa de ossos enfraquecidos pelo sedentarismo. Além disso, essas crianças podem ter mais complicações que atrasam ou afetam os resultados de tratamento de fraturas.
Além destas condições, a COVID-19 é mais perigosa para quem tem obesidade.
Por isso tudo, é muito importante buscar a prevenção da obesidade infantil.
6 dicas para prevenir obesidade infantil
É importante que o crescimento da criança seja acompanhado por um pediatra, que vai garantir se a criança está bem nutrida, ajudando na prevenção da doença. Mas a obesidade na infância está associada, além do fator genético, à mudança de hábitos alimentares e à prática da atividade física. Por isso, é possível preveni-la seguindo as seguintes dicas:
- Não deixe a criança comer enquanto assiste à TV. O ideal é que ela se alimente concentrada na refeição;
- Não compre bolachas recheadas e salgadinhos para ter na dispensa de casa;
- Pais devem dar o exemplo e se alimentar bem também;
- Limite o tempo da criança em frente a telas, como televisão, tablet, computador e celular;
- Incentive a criança a brincar e a praticar atividade física diariamente;
- Ofereça alimento saudáveis, como verduras, legumes, frutas e grãos integrais.
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