O nascimento de um bebê marca a vida dos pais, afinal, tudo muda. O marco do seu nascimento, passando pelo desenvolvimento, deve ser acompanhado pelos pais e pelo médico pediatra. O monitoramento ajuda também na percepção do autismo que revela a importância do tratamento precoce fazendo toda a diferença na busca imediata de uma melhor qualidade de vida do indivíduo com autismo.
O que é autismo?
Mas afinal, o que é o autismo? Também chamado de Transtorno do Espectro Autista (TEA), é uma deficiência complexa do desenvolvimento, segundo a PEBMED. A deficiência forma um verdadeiro conjunto de comportamentos identificados por características como: dificuldade na comunicação e na interação social que estão relacionadas diretamente com interesses e atividades, afetando cada indivíduo em graus diferentes: 1, 2, 3 e 4.
No ano de 2013, a Associação Americana de Psiquiatria (APA), definiu, em um único diagnóstico, quatro categorias diferentes de autismo. São elas: transtorno autista, transtorno desintegrativo da infância, transtorno invasivo do desenvolvimento sem outra especificação e síndrome de Asperger.
O TEA se manifesta na infância e persiste na idade adulta. No geral, os sinais do autismo são perceptíveis durante os primeiros anos de vida.
Embora muitos indivíduos com TEA levem uma vida independente, outros podem necessitar de cuidados por toda a vida. A prevalência é maior no sexo masculino.
O TEA afeta uma em cada 160 crianças no mundo.
De acordo com OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde), o tratamento comportamental e os programas de treinamento de habilidades para os pais e cuidadores podem minimizar as dificuldades de comunicação e de comportamento social, com impacto positivo no bem-estar e qualidade de vida das pessoas com TEA.
Autistas frequentemente apresentam outras condições concomitantes, como:
- Epilepsia;
- Depressão;
- Ansiedade;
- Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
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A importância do tratamento precoce do autismo
O diagnóstico do Transtorno de Espectro Autista é clínico, preferencialmente realizado por uma equipe multidisciplinar, por meio das observações da criança, entrevistas com os pais e aplicação de instrumentos próprios.
Não existe um exame específico que aponte o diagnóstico do transtorno. Por isso, a importância da valorização do relato familiar sobre alterações comportamentais por parte do profissional de saúde para confirmação do diagnóstico.
A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda a escala M-CHAT como instrumento de identificação precoce do TEA.
O teste de triagem é composto por 23 questões do tipo: sim/não, que devem ser respondidas pelos pais de crianças entre 16 e 30 meses de idade que estejam acompanhando o filho em uma consulta pediátrica.
É postulado que toda criança com idade entre 18 e 24 meses passe por triagem para o TEA, mesmo que não tenha sinais clínicos claros e evidentes deste diagnóstico ou de outros atrasos no desenvolvimento.
O diagnóstico precoce permite à criança ter acesso a ferramentas terapêuticas que se utilizem da capacidade cerebral de fazer novas conexões neuronais para compensar déficits, como os apresentados no autismo.
São considerados sinais de alerta para os pais:
- Aos 06 meses de idade: pouca expressão facial e ausência de sorriso;
- Aos 09 meses de idade: não olhar quando chamado pelos pais;
- Aos 12 meses de idade: não balbuciar e não realizar gestos como dar tchau;
- Em qualquer idade: quando ocorrer a perda de habilidades.
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O apoio da família
Ainda é preciso superar muitos estigmas sociais em relação ao autismo, principalmente em relação à assistência para as famílias.
Um avanço neste sentido é a sanção da Lei Romeo Mion, em 2020, que criou a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), assegurando aos portadores atenção integral, pronto atendimento e prioridade no atendimento e no acesso aos serviços públicos e privados, em especial nas áreas de saúde, educação e assistência social.
A carteira pode ser expedida pelos órgãos estaduais ou municipais que executam a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.
A aceitação do TEA por parte da família costuma ser um processo difícil. No entanto, é de extrema importância para socialização futura da criança com autismo.
Os familiares também precisam receber capacitação profissional e apoio psicológico para lidar com as situações que envolvem o portador de autismo no âmbito familiar.
Neste contexto, é primordial que seja estabelecido um vínculo entre a família e o pediatra, desde a revelação do diagnóstico, uma vez que terá efeitos benéficos no posterior tratamento e para sanar dúvidas sobre as diversas facetas que envolvem o TEA.
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