Os transtornos mentais podem causar uma série de alterações significativas na vida do paciente. Nesse contexto, contar com uma rede de apoio que inclua os profissionais de saúde e também a família é essencial para um tratamento bem-sucedido. Afinal, a família, seja biológica ou afetiva, é a principal balizadora de valores na formação do indivíduo, ajuda a criar vínculos saudáveis, além de fornecer suporte emocional, social e econômico.
Segundo dados coletados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) antes da pandemia do novo coronavírus, aproximadamente 1 bilhão de pessoas em todo o planeta sofriam com os mais variados transtornos mentais. Contudo, conforme aponta a própria OMS, após a pandemia e as necessárias medidas de isolamento impostas para conter o vírus, as taxas de transtornos mentais como a depressão e ansiedade aumentaram em 25%.
Entre os problemas de saúde mental mais frequentes, podemos citar a depressão, esquizofrenia, psicoses e diferentes tipos de transtornos de ansiedade. Esses transtornos por vezes são incapacitantes e necessitam de acompanhamento multidisciplinar de psiquiatras e psicólogos, assim como do apoio familiar para proporcionar maior conforto e bem-estar para o paciente.
Veja também: Manutenção da saúde mental? Confira 7 dicas de prevenção ao adoecimento psíquico
Como a família pode ajudar nos tratamentos psicológicos?
Os transtornos mentais podem provocar alterações de comportamento, hábitos e também nas relações interpessoais e na dinâmica familiar do paciente. Em muitos casos, o comportamento do indivíduo com doença mental e seus episódios de crise podem gerar um desgaste familiar quando o quadro clínico passa a interferir na rotina da família.
É comum que sentimentos de insegurança, frustração, medo e até mesmo raiva venham à tona nos demais membros da família e parentes próximos.
O apoio dos familiares, aliado ao tratamento psicoterapêutico, pode representar um cuidado mais humanizado para as pessoas com sofrimento mental e também um melhor entendimento por parte da família de todo o amplo contexto da doença enfrentada.
O apoio familiar no tratamento psicoterapêutico pode se dar de variados modos, entre eles:
- Identificando sinais de sofrimento mental;
- Incentivando a busca, ou mesmo buscando, acompanhamento junto a profissionais de saúde;
- Ajudando no deslocamento e estando presente em consultas;
- Supervisionando comportamentos de risco;
- Auxiliando no uso de medicamentos psicofármacos;
- Encorajando a adesão ao tratamento.
A família ainda tem o fundamental papel de acolher o membro com sofrimento mental, fornecendo o apoio e a confiança necessária para possibilitar sua reinserção na sociedade. Por meio do reforço dos laços afetivos, a autoestima do paciente pode ser aumentada, possibilitando melhores condições emocionais para enfrentar a doença.
No entanto, para que isso ocorra é necessário que a família também conte com o apoio mútuo das equipes multidisciplinares de saúde para estar preparada para lidar com o estresse emocional, episódios de crises e até mesmo a recaídas em vícios.
Leia também: Psicoterapia: entendendo a psicologia e suas vertentes teóricas
6 dicas para acolher um familiar com transtorno mental
A empatia e a tolerância são essenciais para lidar com um familiar diagnosticado com transtorno mental. Compreender que ninguém escolheu sofrer com questões psicológicas e que essas doenças, assim como qualquer outra, podem acometer seja quem for, é o primeiro passo para um bom convívio com uma pessoa com transtornos mentais.
A estigmatização, a falta de informação adequada e o preconceito são grandes barreiras para o tratamento das doenças mentais, assim como para a reintegração do paciente nos demais ambientes sociais.
A seguir, confira algumas dicas que podem ajudar a proporcionar um maior acolhimento de um ente familiar com transtorno mental:
- Escute ativamente e incentive a pessoa a falar sobre seus sentimentos e emoções;
- Não julgue, valide os sentimentos do seu familiar e tente se colocar no lugar dele;
- Busque acompanhar de perto o tratamento e se mantenha atualizado junto a psicólogos e/ou psiquiatras responsáveis pelo caso;
- Uma vez que ocorra uma alteração brusca de comportamento por parte do paciente avise a equipe médica;
- Supervisione se o paciente está frequentando consultas e tomando a medicação corretamente;
- Acredite no potencial positivo do paciente e não deixe de demonstrar isso para ele.
Também é importante não esquecer de cuidar de você, pois muitas vezes por conta do diagnóstico de transtorno mental em uma família é normal tomar a questão para si. Reserve momentos para o autocuidado para evitar que também adoeça por conta da sobrecarga diante dos problemas enfrentados.
Gostou desse conteúdo? Para mais artigos interessantes com informações sobre saúde física e mental, continue navegando pelo nosso blog.
2 Comments
Muito relevante essa postagem
Bom conteúdo