O objetivo da data é chamar atenção para uma das condições que mais afeta adultos no Brasil e no mundo, sensibilizando a população para a importância do controle e tratamento continuado.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 1,13 bilhões de pessoas em todo o planeta convivem com a hipertensão. Mais grave que isso é que menos de 20% desses indivíduos controlam adequadamente o problema. A doença vem crescendo especialmente em países de renda média e baixa devido a dietas inadequadas (especialmente consumo exagerado de sódio e insuficiente de potássio), sedentarismo e abuso de álcool.

É fundamental que os pacientes diagnosticados com hipertensão realizem o controle permanente da doença. Isso inclui monitorar a pressão arterial regularmente, adotar hábitos de vida saudáveis e ingerir os medicamentos exatamente como recomendados pelo médico.

No Brasil, são registradas 350 mil mortes por ano em consequência de doenças cardiovasculares, sendo que a hipertensão é a principal causa desse mal. Ela representa risco aumentado para quadros de infarto do miocárdio, aneurisma arterial, insuficiência renal e cegueira.

A elevação da pressão arterial também é o principal motivo por trás de 80% dos acidentes vasculares cerebrais. A estimativa é que cerca de 25% da população brasileira adulta (em torno de 40 milhões de pessoas) seja hipertensa, segundo dados Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel).

Conheça mais sobre a hipertensão arterial e como fazer o controle da doença.

O que é hipertensão arterial

A hipertensão arterial é uma doença crônica caracterizada pela elevação atípica da força do sangue bombeado no sistema circulatório. Ela ocorre quando a pressão do sangue causada pela força de contração do coração e das paredes das artérias para impulsionar o sangue para todo o corpo acontece de forma intensa, sendo capaz de provocar danos na sua estrutura.

Em 95% dos casos, a hipertensão arterial é primária, quando a doença não se origina de outra condição. Mas ela também pode ser secundária, quando é decorrente de doenças renais, da tireoide ou das suprarrenais. Entender a origem da hipertensão diagnosticada é fundamental, pois determina as decisões mais adequadas para o tratamento de cada pessoa.

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Sintomas

• Tontura;
• Falta de ar;
• Palpitações;
• Dor de cabeça frequente;
• Alteração na visão.

Principais causas

• Obesidade e sobrepeso;
• Histórico familiar;
• Estresse;
• Envelhecimento;
• Consumo excessivo de sal e açúcar;
• Sedentarismo;
• Tabagismo.

Como medir a pressão

A pressão arterial é medida com o uso de aparelhos como o tensiômetro ou esfigmomanômetro, e pode ter uma variação relativamente grande sem sair dos níveis de normalidade. É importante, porém, se atentar aos valores máximos tolerados. As novas diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia estabelecem que o diagnóstico da hipertensão ocorre quando é verificada, na medição em casa, a pressão arterial igual ou superior a 13 (máxima) por 8 (mínima).

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Tratamento para a vida toda

Por se tratar de uma doença crônica, a hipertensão demanda cuidados que impactam no estilo de vida e na forma como o paciente encara a saúde e o bem-estar para sempre. Com essa mudança de atitude, é possível mitigar os efeitos da doença de forma efetiva.

Apesar disso, metade das pessoas hipertensas não adere ao tratamento, principalmente nos primeiros meses após o diagnóstico. Aderir ao tratamento significa assumir a responsabilidade de cumprir com a sua parte no controle das causas do aumento da pressão arterial, conforme o que foi combinado com o médico e o restante da equipe multidisciplinar que prescreveu a terapia.

Algumas regras devem ser sempre lembradas:

• No longo prazo, apenas o uso de medicamentos não resolve sozinho a hipertensão. É necessário adotar uma alimentação adequada, preferencialmente com a supervisão de um nutricionista. Também é recomendável a prática de exercícios físicos adequados para a sua condição de saúde, além de cortar o fumo e a bebida alcóolica.
• Da mesma forma, caso você tenha mudado os hábitos para melhor e acredite que a medicação não é mais necessária, é obrigatório se consultar com um médico, pois apenas ele pode fazer essa avaliação corretamente.
• O uso dos medicamentos recomendados nunca deve ser interrompido sem autorização médica.
• Não desista do tratamento na primeira tentativa. Caso sinta efeitos colaterais, reporte esses sintomas para o médico e/ou farmacêutico e peça orientações de como ajustar a medicação.

A importância do tratamento adequado

Por meio do programa Hearts, a Organização Mundial de Saúde vem implantando protocolos simplificados de atenção e tratamento aos pacientes com hipertensão desde 2017. O objetivo do programa é ampliar o acesso, facilitar o treinamento de profissionais de saúde e tornar mais fácil a compreensão por parte dos pacientes, aumentando a adesão ao tratamento. Os resultados parciais demonstram um crescimento efetivo na adesão ao tratamento, beneficiando cerca de 3 milhões de pessoas em 18 países.

Esse esforço conjunto internacional, que envolve dezenas de instituições de saúde e representantes governamentais, surgiu pela constatação de que cuidar da hipertensão adequadamente é divisor entre a vida e a morte para milhões de pessoas.

Quem não é hipertenso também precisa se prevenir

Um dos perigos relacionados às alterações na circulação sanguínea é que o aumento da pressão arterial ocorre de forma silenciosa, e nem sempre causa sintomas. Muitas vezes, o paciente só descobre que sofre com o problema quando as consequências já são graves.

Todas as pessoas devem monitorar sua pressão arterial ao longo da vida e se atentar para qualquer variação incomum. Isso porque os especialistas hoje já entendem que o aumento da pressão arterial e o dano vascular relacionado a essa elevação ocorrem mesmo no estágio inicial do processo, antes de o quadro de hipertensão estar instalado. Buscar orientação médica aos primeiros sinais de alteração pode fazer a diferença para frear uma eventual evolução rápida de problemas cardiovasculares.

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