O transtorno de estresse pós-traumático é uma condição que atinge vítimas de situações extremas. Conheça 4 sintomas mais frequentes.
O transtorno do estresse pós-traumático, também conhecido pela sigla TEPT, é uma condição psiquiátrica que surge como resposta a situações extremas, geralmente ocasionadas por casos de violência (seja ela física, sexual, moral ou psicológica).
A partir disso, o indivíduo passa a conviver com rememorações indesejadas do acontecido e adota comportamentos para evitar uma nova exposição ao trauma. Surgem ainda outros sintomas capazes de afetar significativamente a rotina de quem sofre com o problema.
Embora seja potencialmente incapacitante, evidências mostram que, em determinados contextos socioculturais, o TEPT pode ser subnotificado. Ainda assim, conhecer os sinais desse problema pode ser o primeiro passo na hora de procurar ajuda.
O que se sabe sobre as causas do estresse pós-traumático?
Na prática, pessoas de qualquer idade e de ambos os sexos podem sofrer com os transtornos de estresse pós-traumático, ainda que algumas evidências sustentem que as mulheres são mais afetadas pela condição.
De qualquer forma, no cerne do TEPT está a exposição a uma ou mais situações traumáticas. Entretanto, em alguns casos, o quadro pode ser desencadeado apenas pela notícia de algo ruim acontecido com um ente querido ou pessoa próxima.
Enquanto a maioria das vítimas sujeitas a essas situações sempre indesejáveis segue em frente com suas vidas mesmo com a lembrança desses eventos difíceis, os pacientes com estresse pós-traumático passam a conviver com diversos sintomas associados ao medo de que aquilo possa se repetir.
Seja como for, alguns fatores parecem predispor a chance de alguém ter esse problema de saúde mental. Entre alguns deles estão a natureza e a gravidade do trauma, a presença de problemas psiquiátricos anteriores ou mesmo a falta de uma rede de apoio.
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Quais os sinais e sintomas mais frequentes do transtorno de estresse pós-traumático?
Na média, os primeiros sintomas de transtorno de estresse pós-traumático surgem até três meses depois do evento estressor. Todavia, intervalos maiores não são impossíveis. Além disso, as alterações devem permanecer por pelo menos um mês e não serem explicadas por outra doença nem pelo uso de substâncias lícitas ou ilícitas.
Com isso em mente, os principais sintomas da condição podem ser divididos em quatro grupos:
– Pensamentos intrusivos
No qual ideações recorrentes (incluindo em pesadelos) associadas aos traumas aparecem, sem que o paciente tenha controle sobre isso. Em muitos casos, o indivíduo pode perceber uma espécie de flashaback, dando a sensação de que o evento estressor está se repetindo. Nessas horas, pode haver sudorese e taquicardia. Por fim, alguns sinais que lembram o problema podem servir de gatilho (luzes, sons etc.).
– Comportamento evitativo
Em que o paciente passa a não se submeter a determinadas situações com medo de que o evento traumático se repita. É o que acontece, por exemplo, num caso em que o indivíduo passa a ter muito receio de andar na rua depois de ter sido assaltado.
– Alterações no humor
Fazendo com que a pessoa apresente sintomas depressivos ou de perda de prazer em atividades antes satisfatórias. Além disso, podem ser notados sinais frequentes de culpa e dificuldade de expressão de sentimentos positivos.
– Modificações em respostas emocionais
Caracterizadas por uma maior irritabilidade, agressividade e impulsividade. No mais, o indivíduo pode se manter hipervigilante, ter problemas para dormir e dificuldades para se concentrar.
O diagnóstico do TEPT é uma tarefa complexa, então é necessária uma avaliação cuidadosa de um médico e/ou psicólogo. Esses profissionais podem usar questionários e escalas para identificar o quadro. Ademais, eles investigam a presença de outro transtorno evoluindo em conjunto (como transtornos de ansiedade, por exemplo).
Como funciona o tratamento dessa condição?
Confirmado o diagnóstico do transtorno de estresse pós-traumático, a maioria das abordagens para tratar as condições combina o emprego de determinados medicamentos e sessões de psicoterapia.
Geralmente são utilizados antidepressivos. Além disso, outros fármacos podem ser prescritos para que o paciente possa lidar com a insônia ou sintomas específicos do TEPT, como os pesadelos recorrentes. É fundamental que médico e paciente se mantenham em contato para ajustar as doses até alcançar o efeito esperado.
Já as sessões de psicoterapia são espaços em que o paciente conta com o suporte de um profissional de psicologia para, a partir da fala, encontrar padrões de pensamento e de comportamento associados aos seus sintomas. Nos quadros de estresse pós-traumático, abordagens de terapia cognitivo-comportamental com foco no trauma e terapia de dessensibilização costumam apresentar os melhores resultados.
Por fim, pacientes com estresse pós-traumático devem ter suporte familiar para que consigam se recuperar em um ambiente seguro. Adicionalmente, estabelecer uma rotina com hábitos saudáveis (como praticar exercícios físicos, se alimentar de forma equilibrada e evitar substâncias como álcool) pode fazer bastante diferença.
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