Não é difícil encontrar alguém que tenha sido afastado da sua ocupação profissional por conta de uma doença laboral, seja ela qual for. Isso, claro, traz prejuízo tanto para o indivíduo, que passa a sofrer com condições debilitantes, quanto para a empresa, que perde capacidade produtiva.
Diante disso, a ergonomia no trabalho deve sempre ser vista como uma ferramenta de prevenção importante. Vale reforçar que a ergonomia pode ser muito mais do que você imagina. Como mostraremos a seguir, ela vai muito além de reforçar a importância da manutenção de uma postura corporal adequada no ambiente de trabalho, por exemplo (embora isso seja indispensável, obviamente).
O que o conceito de ergonomia no trabalho engloba?
Na prática, a ergonomia é uma disciplina que estuda de que forma o corpo humano interage com o ambiente ao redor durante uma atividade laboral. Inclusive, o termo “ergonomia” vem do grego e denota a ideia de “leis do trabalho”. Independente do conceito, não é difícil entender os benefícios gerais da ergonomia.
Pense, por exemplo, que seu trabalho é apertar parafusos na montagem de um carro. Claro que podem existir diferentes formas de apertar esses parafusos. Entretanto, o trabalho tende a ser mais ágil e confortável se você tiver à disposição as ferramentas adequadas (uma chave feita para aquilo) e souber posicionar seu corpo apropriadamente.
Lembre-se também que é provável que você passe horas nessa função. Logo, essa postura deve ser condizente com isso. Manter-se numa posição inadequada fará que seu corpo fique dolorido no curto prazo e contribui com possíveis doenças no futuro.
Com isso, é possível resumir a importância da ergonomia no trabalho por meio dos seus objetivos: ela procura ampliar o conforto do colaborador no seu posto de trabalho e reduzir o risco de acidentes e prejuízos à saúde por conta da atividade desenvolvida.
De que forma os riscos ergonômicos são classificados?
Embora os riscos físicos (aqueles relacionados à postura corporal, aos movimentos repetitivos e ao excesso de peso) recebam mais atenção, eles não são a única preocupação da ergonomia no trabalho.
A regulamentação sobre o assunto (que aparece geralmente na forma das chamadas normas regulamentadoras) delimita ainda os cuidados necessários com aspectos como nível de ruído, iluminação, temperatura e exposição a agentes nocivos, entre outras fontes de perigo.
Assim sendo, cada empresa deve olhar para sua atividade e a partir disso mapear de que forma a configuração das tarefas pode ameaçar a integridade dos profissionais. De todo modo, os riscos ergonômicos costumeiramente são agrupados em três classes:
- Físicos, que envolvem problemas de postura e a manipulação de utensílios, geralmente associados a lesões por esforço ou distúrbios osteomusculares.
- Organizacionais, que dizem respeito à cultura organizacional do negócio e a disposição dos processos, incluindo a comunicação entre os colegas.
- Cognitivos, que dispõem sobre mecanismos de tomada de decisão, de relações de confiança e de distribuição da carga de trabalho.
Nesse sentido, cabe destacar que a forma como o trabalho se organiza dentro do negócio não tem relação apenas com a saúde física dos colaboradores. Processos confusos, falta de comunicação, cultura organizacional deficiente ou sobrecarga de trabalho são preocupações igualmente relevantes, já que sem o devido cuidado, prejudicam a saúde mental desses indivíduos.
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Como melhorar a ergonomia no trabalho?
Conforme já mencionado, antes de tudo, as empresas devem mapear os riscos ergonômicos presentes em seu ambiente de trabalho, além de acompanhar as normas previstas em cada área. Em paralelo, é preciso que os colaboradores estejam cientes das regras ergonômicas para colocá-las em prática. No mais, em caso de suspeita de problemas de saúde associados ao trabalho, é importante procurar ajuda médica para uma avaliação adequada.
Contudo, observar alguns fatores pode contribuir para a melhora da ergonomia no trabalho. São eles:
Promoção de ginástica laboral
Ela envolve a prática de exercícios repetidos periodicamente, que são capazes de contribuir com o fortalecimento muscular e ampliação da capacidade funcional, reduzindo assim o risco de problemas de saúde associados ao desempenho das atividades laborais.
Atenção aos trabalhadores remotos
Esses indivíduos devem observar cuidados específicos para não sofrer pela falta de ergonomia no local de trabalho. Eles devem sempre, dentro do possível, adequar o posicionamento dos equipamentos profissionais e respeitar as pausas e a carga de trabalho ao longo da rotina.
Pausas e mudança de posição
Não só os trabalhadores remotos precisam ser observados. Em ambientes de escritório também é bastante comum que as pessoas se esqueçam de levantar ou até mesmo mudar de posição, o que pode gerar cansaço visual, formigamento dos membros inferiores e até mesmo problemas mais graves. Por isso, é importante incentivar pequenas pausas, caminhadas curtas e até mesmo alongamento entre uma tarefa e outra.
Orientações sobre transporte de peso
Educar os trabalhadores sobre as melhores práticas ao levantar e carregar objetos, materiais e cargas pesadas faz toda a diferença. Isso envolve demonstrações sobre como deve ser a posição das pernas, da coluna e dos braços ao retirar a carga do chão ou de outro lugar. O time deve ser orientado, ainda, sobre o limite de carga suportado e a importância de respeitá-lo.
Em suma, a ergonomia no trabalho exerce um papel essencial na ampliação do conforto dos colaboradores, além de ser fundamental na prevenção de doenças laborais que podem comprometer a qualidade de vida desses indivíduos, o que também afeta as próprias empresas. Por isso, todo investimento nesse aspecto tende a se reverter em indicadores positivos em diferentes frentes.
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