Confira os principais aspectos da conexão entre endometriose e fertilidade e veja o que pode ser feito para reverter o problema
A endometriose atinge cerca de 10% das mulheres em idade fértil em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Isso significa que cerca de 190 milhões de pacientes sofrem com o problema, que tem nas cólicas fortes ao longo do período menstrual um dos sintomas mais característicos. Também é fundamental considerar a relação entre endometriose e fertilidade, uma vez que essa é uma consequência comum da doença.
Desse modo, é importante compreender não só de que forma a endometriose impacta na qualidade de vida em si, mas também diante da capacidade de gerar infertilidade.
Sintomas e diagnóstico da endometriose
A endometriose é uma doença caracterizada pela expansão do endométrio (o tecido que reveste o útero) para áreas exteriores a ele. A partir disso, tal desenvolvimento irregular gera inflamações na região afetada.
A função do endométrio é acolher um possível óvulo fecundado. Quando isso não acontece, ele descama, gerando a menstruação. Na endometriose, as células do endométrio que deveriam ser expelidas pelo fluxo menstrual alcançam os ovários e outros órgãos da cavidade abdominal. Por consequência, elas voltam a se reproduzir e o tecido do endométrio se expande para fora do útero. Tal condição caracteriza a endometriose e gera sintomas como:
- Cólicas menstruais fortes, geralmente incapacitantes;
- Dor durante as relações sexuais;
- Dor e sangramento ao evacuar e urinar, em especial durante o período menstrual;
- Fadiga;
- Sintomas de depressão e ansiedade;
- Dificuldade para engravidar, com cerca de 40% das pacientes apresentando infertilidade.
Numa parte menor dos casos, a endometriose pode transcorrer de forma assintomática. Entretanto, mesmo nos quadros em que os sintomas aparecem, nem sempre a confirmação da doença é simples, uma vez que as manifestações são inespecíficas. A investigação inicial é feita mediante avaliação clínica, exames de imagem (como ultrassons e ressonâncias) e exames laboratoriais (que avaliam a presença de determinados marcadores no sangue). Porém, a endometriose é confirmada apenas com uma biópsia do tecido do endométrio.
Assim como em outras doenças, pacientes com endometriose se beneficiam significativamente de diagnósticos precoces. Além de garantir uma melhor qualidade de vida, a identificação da doença em estágios iniciais ajuda na prevenção de outros danos fisiológicos, como a infertilidade.
A relação entre endometriose e fertilidade
A endometriose é uma das principais causas de infertilidade entre as mulheres. Não por menos, muitas das pacientes descobrem a doença apenas quando estão tentando engravidar. A infertilidade fica estabelecida a partir do momento que uma mulher mantém relações sexuais por mais de um ano sem qualquer método de contracepção e não engravida.
Em geral, as explicações para a infertilidade em quadros de endometriose envolvem alterações hormonais e anatômicas devido à expansão do tecido que reveste o útero. É comum, por exemplo, que a evolução da doença obstrua as trompas e interrompa a ovulação regular. Ainda assim, os mecanismos exatos da relação entre endometriose e fertilidade precisam ser mais bem estudados. No mais, nem toda mulher com tal condição enfrentará dificuldades para engravidar.
Leia também: Perguntas e respostas sobre o câncer de mama
Os tratamentos disponíveis para lidar com esse problema
A endometriose é uma condição crônica e que não tem cura. Ainda assim, a doença tende regredir com a chegada da menopausa. Entretanto, a partir de algumas opções de tratamento, a mulher pode manter um padrão satisfatório de bem-estar e evitar as consequências mais graves da doença, como a infertilidade.
Em um primeiro momento, o tratamento de referência envolve a administração de terapias hormonais (por meio de anticoncepcionais orais, por exemplo) e analgésicos/anti-inflamatórios para gerenciar a dor. A paciente pode também se beneficiar do suporte proveniente de um acompanhamento nutricional apropriado, bem como do acompanhamento psicológico.
Intervenções cirúrgicas são recomendadas para mulheres com quadros em estágios mais avançados ou para aquelas que não respondem ao tratamento farmacológico. Além disso, quem deseja engravidar também pode ser submetida à cirurgia, conforme avaliação médica. Mesmo assim, a mulher ainda pode se deparar com dificuldades para engravidar. Logo, o médico responsável pode sugerir a realização de uma fertilização in vitro.
Dimensionar o impacto desse problema sobre a qualidade de vida e entender melhor de que forma endometriose e fertilidade se relacionam é um aspecto essencial da saúde feminina. Assim sendo, manter uma rotina de acompanhamento apropriado e não negligenciar sinais como as cólicas menstruais debilitantes é fundamental.
Para continuar falando da saúde da mulher, saiba qual a importância do Outubro Rosa na conscientização contra o câncer de mama.