
A luz solar tem papel essencial na vida humana já que a radiação ultravioleta (UV) é crucial para vários processos fisiológicos do corpo.
No entanto, a exposição excessiva é um fator de risco. Os efeitos do sol na pele vão do envelhecimento precoce ao aumento das chances do desenvolvimento de doenças.
Encontrar o equilíbrio entre aproveitar os benefícios do sol e evitar seus riscos é fundamental para manter a saúde e a aparência da pele ao longo dos anos.
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Como a exposição solar afeta a pele
O envelhecimento cutâneo é naturalmente influenciado por fatores intrínsecos – ligados à genética e ao tempo. Porém, os fatores extrínsecos podem acelerar esse processo. De acordo com um artigo publicado pela Universidade Federal Fluminense, até 80% do envelhecimento da pele está relacionado à exposição solar, seguido pelo tabagismo e a má alimentação.
Existem três tipos de radiação ultravioleta, sendo dois deles os mais potentes e presentes no nosso ambiente. A que compõe a maior parte dos raios que chegam até nós é a chamada de UVA.
Ela penetra profundamente na derme e é a principal responsável pelo fotoenvelhecimento, pois degrada o colágeno e a elastina – proteínas que dão firmeza e elasticidade à pele –, além de gerar espécies reativas de oxigênio que podem causar mutações no DNA.
Em paralelo, a denominada UVB atinge principalmente a epiderme e causa queimaduras solares e danos diretos ao DNA.
Segundo a Skin Cancer Foundation, os danos provocados pela exposição solar aparecem de várias formas:
- rugas: mais de 90% estão ligadas à exposição solar acumulada, devido à destruição do colágeno e da elastina;
- vasos sanguíneos aparentes: a luz UV enfraquece as fibras que sustentam os vasos, tornando-os visíveis nas bochechas e nariz;
- manchas marrons (sardas e lentigos solares): surgem após a exposição solar, mesmo que demorem anos para aparecer;
- hiperpigmentação: áreas escuras e irregulares na pele resultam da inflamação causada pelo sol;
- melasma: manchas escuras no rosto, agravadas pela luz solar e por fatores hormonais;
- cravos solares: pequenos pontos escuros nas têmporas e bochechas, típicos de quem teve exposição prolongada ao sol.
O excesso de sol também pode desencadear reações alérgicas, como a urticária solar e a erupção polimorfa à luz, ou agravar doenças dermatológicas preexistentes, aponta artigo da Revista Cientifica FT.
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Exposição solar e o câncer de pele
A exposição solar excessiva também é o principal fator de risco para o câncer de pele, o tipo de tumor mais comum no Brasil. De acordo com a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, 90% dos casos da doença estão relacionados a ele.
O câncer pode surgir em qualquer parte do corpo, mas costuma aparecer no rosto, braços, nuca e costas — áreas mais expostas. Os sinais de alerta incluem:
- manchas avermelhadas ou acastanhadas que crescem lentamente;
- pintas que mudam de cor, formato ou tamanho;
- feridas que não cicatrizam.
Segundo o Ministério da Saúde, pessoas de pele clara, olhos e cabelos claros e aquelas que se expõem ao sol com frequência estão mais vulneráveis. Crianças, por exemplo, recebem três vezes mais radiação solar por ano do que adultos, o que aumenta o risco de câncer no futuro.
A entidade ainda reforça que os raios UV atingem a pele de três maneiras:
- diretamente, sob o sol;
- dispersos, em céu aberto;
- refletidos, em superfícies como areia, água e concreto.
Por isso, os efeitos do sol na pele acontecem mesmo em dias nublados ou chuvosos, tornando indispensável que os cuidados sejam diários, combinados ao acompanhamento periódico com um dermatologista.
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O sol também é um aliado
Por mais que a preocupação com o sol seja fundamental, é importante ressaltar que ele é essencial para a saúde. Os raios UVB estimulam a produção de vitamina D, substância indispensável para o metabolismo do cálcio e a formação dos ossos.
De acordo a Fundação Oswaldo Cruz, até 90% da substância é produzida pela pele com a ajuda da radiação solar. A deficiência dessa vitamina, por sua vez, pode aumentar o risco de:
- osteoporose e osteopenia;
- doenças metabólicas, como diabetes e obesidade;
- problemas cardiovasculares e hipertensão arterial.
A exposição moderada ao sol também fortalece o sistema imunológico e contribui para a alegria e o bem-estar emocional.
Estudos da Universidade de Medicina de Harvard apontam que a luz solar influencia neurotransmissores ligados ao humor, ajudando a combater a melancolia e a depressão sazonal, comum em locais com pouca luz natural no inverno. Além disso, os dias de sol incentivam atividades ao ar livre e encontros sociais.
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Como proteger a pele dos efeitos do sol
A recomendação citada por todos os órgãos oficiais e estudos sobre o tema é aproveitar o sol com consciência.
O uso regular de filtro solar diariamente é indispensável para todas as pessoas e faixas etárias. Porém, é importante escolher produtos adequados a cada tipo de pele e com FPS acima de 30, reaplicando-o a cada 3 horas ou após o contato com a água.
Outras medidas importantes incluem:
- usar chapéus, bonés, roupas que cubram o corpo e óculos com proteção UV;
- evitar a exposição entre 10h e 16h, quando os raios UV são mais intensos;
- beber bastante água para manter o corpo e a pele hidratados.
Expor-se de forma segura é a melhor maneira de equilibrar os efeitos positivos e negativos e prevenir queimaduras, envelhecimento precoce e doenças de pele.
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