Você sabia que os bebês, até os seis meses de idade, devem ser alimentados unicamente com o leite materno? De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a alimentação complementar apropriada só precisa ser implementada após essa idade.
Todavia, ainda segundo a OMS, a necessidade de prosseguir com o aleitamento materno vai até o segundo ano de vida da criança ou mais, se possível. Mas o que justifica estas recomendações?
A importância do aleitamento materno
Somente o fato de promover o aleitamento materno depois do nascimento já é capaz de reduzir a mortalidade neonatal (aquela que é registrada até o 28º dia de vida), conforme revela o Unicef.
Aliás, a importância do aleitamento materno já pode ser percebida na primeira hora de vida (tanto para o bebê quanto para a mãe), uma vez que ele reduz, consideravelmente, o risco de hemorragia, ajuda nas contrações do útero e fortalece o vínculo afetivo entre mãe e filho.
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Benefícios do aleitamento materno
O aleitamento materno também faz com que os bebês fiquem menos doentes e mais bem nutridos em comparação com aqueles que ingerem outros tipos de alimentos. Na contramão desta recomendação, utilizar substitutos ao leite da mãe, como fórmulas infantis, representa um grande risco para à saúde do recém-nascido – salvo em algumas situações especiais que ainda veremos neste artigo.
10 informações que você precisa saber sobre o aleitamento materno, segundo o Unicef:
1. Melhor alimento que um bebê pode ter, o leite materno é de fácil digestão e promove um melhor crescimento e desenvolvimento, além de proteger contra doenças. Mesmo em ambientes quentes e secos, o leite materno supre as necessidades de líquido de um bebê. Água e outras bebidas não são necessárias até o sexto mês de vida. Dar ao bebê outro alimento, que não o leite materno, aumenta o risco de diarreia ou outras doenças;
2. Bebês recém-nascidos devem ficar perto de suas mães e serem amamentados na primeira hora depois do parto. O colostro, o leite amarelado e grosso que a mãe produz nos primeiros dias após o nascimento, é o alimento ideal para recém-nascidos, pois é muito nutritivo e ajuda a proteger o bebê contra infecções. O bebê não precisa de nenhum outro alimento enquanto espera que a mãe produza mais leite;
3. A amamentação frequente faz com que a mãe produza mais leite. Quase todas as mães são capazes de amamentar com sucesso. Contudo, muitas mães precisam ser encorajadas e ajudadas para que possam começar a amamentar;
4. O aleitamento materno protege bebês e crianças pequenas de doenças perigosas. O leite materno é a primeira ‘vacina’ do bebê. A amamentação também é responsável por criar um laço maior entre mãe e filho;
5. Embora pareça inofensivo, o uso de mamadeiras pode levar a doenças e até mesmo à óbito. Se uma mulher não puder amamentar o seu filho, ele deve ser alimentado com leite materno, ou um substituto, em um copo normal, limpo. Mesmo os recém-nascidos podem ser alimentados com um copo aberto, que pode ser limpo mais facilmente;
6. A mãe que amamenta precisa de uma maior quantidade de alimentos e líquidos. Assim supre suas necessidades e produz leite em quantidade e qualidade adequadas ao bebê;
7. A mulher que trabalha fora pode continuar a amamentar. Se não for possível estar com o filho durante as suas horas de trabalho, ela deve amamentá-lo sempre que estiverem juntos. Quando a mulher não puder amamentar em seu local de trabalho, ela deve retirar o leite de duas a três vezes por dia e conservá-lo em um recipiente limpo;
8. Existe o risco da mulher que tem HIV passar o vírus para seu bebê durante a amamentação. Mulheres que vivem com HIV/Aids, ou que suspeitem ter o vírus, devem procurar auxílio médico para ser testadas, aconselhadas e orientadas sobre como proceder para evitar a contaminação da criança. A mãe com status positivo para o HIV não pode amamentar, mas o bebê pode tomar a fórmula infantil, que é de graça, em uma situação aconchegante, com a mesma atenção e carinho. É possível, ainda, recorrer aos bancos de leite humano caso o bebê necessite.
9. A partir dos seis meses, os bebês precisam de uma alimentação variada, mas o aleitamento materno deve continuar até o segundo ano de vida da criança ou mais. O leite materno continua sendo uma importante fonte de energia, proteína e outros nutrientes, como vitamina A e ferro. O leite materno ajuda a prevenir doenças enquanto for consumido.
10. Todas as mães têm o direito de amamentar seus filhos. No trabalho, em casa e até quando estão privadas de liberdade, elas têm direito a alimentar o seu filho no peito. O aleitamento materno é também um direito da criança. Segundo o artigo 9º do Estatuto da Criança e do Adolescente, é dever do governo, das instituições e dos empregadores garantir condições propícias ao aleitamento materno.
Aleitamento materno e Covid-19
Com a pandemia da Covid-19, muitas pessoas costumam ter dúvida quanto ao que fazer em relação ao aleitamento materno, uma vez que existe o medo de a mãe, contaminada com o novo coronavírus, transmitir a doença para o recém-nascido.
Todavia, uma revisão sistemática das evidências científicas disponíveis feita pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e pela OMS destaca que, até o momento, a transmissão ativa da doença por meio do aleitamento materno não foi detectada.
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Por isso, recomenda-se que mães com suspeita ou confirmação de Covid-19 sejam estimuladas a iniciar ou continuar amamentando seus bebês e crianças pequenas, pois os benefícios do aleitamento materno superam, consideravelmente, os riscos potenciais de transmissão do novo coronavírus.
O documento da Opas/OMS considera, ainda, que, em bebês, o risco de infecção pelo novo coronavírus é baixo e a infecção é geralmente leve ou assintomática, ao passo que as consequências de não amamentar e separar a mãe da criança podem ser significativas.
5 principais desafios do aleitamento materno
Agora, que já conhecemos os principais benefícios do aleitamento materno, vamos abordar alguns desafios para que a sua propagação seja ainda maior em nível mundial.
É que, em algumas situações (minoria dos casos), algumas mães ficam impossibilitadas de alimentar os bebês com o próprio leite. Listamos cinco obstáculos, que têm como base informações do Ministério da Saúde:
1. Falta de informação
Ao contrário do que vemos no período da gestação, quando a maioria das mães é acompanhada por diversos profissionais, o mesmo não ocorre depois do nascimento, especialmente, na fase de amamentação, o que contribui para reduzir o acesso às informações;
2. Ausência de apoio familiar
Os primeiros dias de vida do bebê geram desafios. As mães podem se sentir desestimuladas a amamentar por falta de um suporte, principalmente dos pais da criança;
3. Dores
É comum algumas mães relatarem dor durante o processo de amamentação, em especial nas primeiras semanas, quando os seios estão se acostumando ao aleitamento. Isso pode ocorrer por diversos motivos, desde os bicos rachados até os seios muito cheios. Quando as mamas aparecem feridas, é preciso verificar qual é o motivo causador dos ferimentos e ajustar imediatamente a pega do bebê;
4. Baixa quantidade de leite
Uma produção insuficiente de leite pode ocorrer em mulheres que passaram por cirurgias mamárias. A mãe deve se alimentar bem e beber bastante água, além de permitir ao bebê estimular as glândulas mamárias várias vezes ao dia;
5. Bico invertido
Algumas mulheres podem ter o bico do seio voltado para dentro da mama, o que pode dificultar a pega do bebê. O bico invertido, em si, não é um problema para a amamentação, uma vez que o bebê pode pegar a aréola toda.
Semana Mundial de Aleitamento Materno
Em 1992, a Aliança Mundial de Ação Pró-Amamentação (Waba) criou a Semana Mundial de Aleitamento Materno, a ser comemorada na primeira semana de agosto de cada ano. O objetivo é promover a amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida, contribuindo para a melhoria da saúde, em especial das crianças.
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