Câncer é um termo que abrange mais de 100 diferentes tipos de doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células, que podem invadir tecidos adjacentes ou órgãos a distância.
Embora tenha várias particularidades entre os diferentes tipos, como localização, gravidade e estágio, a doença quase sempre leva a um prognóstico indesejado quando não detectada precocemente.
Por conta dessas muitas particularidades entre os diversos tipos da doença, há ainda mais preocupação em relação à sua taxa de mortalidade e seus fatores de risco. Por isso, o câncer é considerado o maior problema de saúde pública no mundo.
O Dia Mundial do Câncer, celebrado em 04 de fevereiro, é uma iniciativa global organizada pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) e tem como objetivo aumentar a conscientização e a educação mundial sobre a doença, além de influenciar governos e indivíduos para que se mobilizem pelo controle do câncer.
Os 10 tipos de câncer com maior incidência no Brasil
No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) é o órgão auxiliar do Ministério da Saúde no desenvolvimento e coordenação das ações integradas para a prevenção e o controle do câncer.
Para o país, a estimativa para cada ano do triênio 2020-2022 aponta que ocorrerão 625 mil casos novos de câncer (450 mil, excluindo os casos de câncer de pele não melanoma).
O câncer pode surgir em qualquer parte do corpo. No entanto, alguns órgãos são mais afetados do que outros; e cada órgão, por sua vez, pode ser acometido por tipos diferenciados de tumor, mais ou menos agressivos.
Segundo o INCA, estes foram os tipos de câncer mais frequentes no Brasil em 2020:
1. Câncer de Mama
De acordo com o INCA, é o tipo mais comum no país, se não considerarmos o câncer de pele não melanoma. Com 29,7% de incidência, foram 66.280 novos casos de câncer de mama em mulheres no ano de 2020. As causas mais comuns da doença são histórico familiar, menopausa tardia, menstruação precoce, colesterol alto, sedentarismo, entre outros. O sintoma mais frequente é o aparecimento de um caroço no seio. A detecção precoce aumenta a chance de cura. Por isso, é importante fazer o autoexame.
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2. Câncer de Próstata
Tipo mais recorrente entre os homens com 29,2% de incidência, o que corresponde a 65.840 novos casos. O risco da doença aumenta após os 50 anos. Entre as principais causas do problema estão fatores genéticos, o uso de anabolizantes, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, má alimentação e obesidade.
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3. Câncer de Cólon e Reto
Abrange tumores que acometem um segmento do intestino grosso (o cólon) e o reto. De acordo com dados do INCA, 41.010 pessoas foram acometidas por este tipo de câncer em 2020. Se detectada precocemente, a doença é curável na maioria das vezes. Esse câncer geralmente é causado pelo consumo exagerado de bebida alcoólica, de alimentos processados e de carne vermelha, pelo tabagismo e pelo sedentarismo.
4. Câncer de Pulmão
Em quase todos os casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco. No Brasil, a estimativa é que 30.200 pessoas tenham tido a doença em 2020. Seus sintomas dependem da localização do tumor no órgão, mas o paciente pode ter tosse seca, falta de ar, dor torácica, pneumonia e presença de sangue ao tossir.
5. Câncer de Estômago
Tem como fatores de risco uma dieta rica em alimentos processados, a obesidade e o consumo de álcool. Mais da metade das pessoas diagnosticadas com esse câncer têm idade superior a 50 anos. Em 2020, 21.230 brasileiros apresentaram a doença, que geralmente não possui sintomas no estágio inicial, mas seu avanço causa sensação de inchaço depois de comer, náuseas, azia e indigestão.
6. Câncer de Colo do Útero
A doença é causada pela infecção do Papilomavírus Humano (HPV). A estimativa é que 16.710 mulheres tiveram câncer de colo do útero em 2020. A infecção pelo vírus HPV é frequente e não causa tumor na maioria das vezes. Porém, em alguns casos, pode acontecer uma alteração celular e a evolução para o câncer. Essas mudanças das células são descobertas facilmente no exame Papanicolau.
7. Câncer da Glândula Tireoide
De acordo com o INCA, 11.950 pessoas foram diagnosticadas com esse tipo de câncer em 2020. Ainda faltam estudos que comprovem a relação, porém, especialistas acreditam que a doença pode estar ligada ao hipertireoidismo, a alterações dos hormônios sexuais, a padrões dietéticos, à obesidade e ao tabagismo.
8. Câncer da Cavidade Oral
O câncer de cavidade oral inclui a mucosa bucal, gengivas, palato duro, língua oral e assoalho da boca. Cerca de 11.200 pessoas foram diagnosticadas com a doença em 2020. O problema, que costuma surgir após os 40 anos, tem como principais causas o vício de fumar cachimbos e cigarros, o consumo de álcool e a má higiene bucal.
9. Câncer do Sistema Nervoso Central
São os tumores primários do cérebro e/ou medula espinhal. Compreendem de 15% a 20% de todos os cânceres que acometem a faixa etária pediátrica. A causa desse tipo de câncer não é totalmente conhecida. Mas, já se sabe que algumas das mudanças que ocorrem nas células normais do cérebro podem levar à formação de tumores cerebrais. A estimativa é que 11.100 casos da doença foram registrados em 2020.
10. Câncer de Esôfago
Estima-se que 8.690 brasileiros foram diagnosticados com esse tumor em 2020. Estão no grupo de risco para desenvolver o problema aqueles que fumam, ingerem bebidas alcoólicas e não possuem uma alimentação saudável ou fazem exercícios. Os principais sintomas são dificuldade em engolir alimentos, má digestão, azia, rouquidão, hemorragia digestiva, tosse e falta de ar.
Tratamentos do Câncer
O tratamento do câncer pode ser feito através de cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou transplante de medula óssea. Em muitos casos, é necessário combinar mais de uma modalidade.
Conheça mais sobre cada uma das modalidades:
• Cirurgia
A cirurgia oncológica é um tipo de tratamento do câncer que consiste na retirada do tumor através de operações no corpo do paciente. Quando indicada, sua intenção é remover totalmente o tumor.
O câncer em sua fase inicial pode ser controlado, ou mesmo curado, através do tratamento cirúrgico, atualmente considerado um dos tripés para o tratamento da doença, ao lado da quimioterapia e da radioterapia. Vale ressaltar que a abordagem múltipla do tratamento, associando diversas modalidades terapêuticas, costuma gerar melhores resultados em termos de cura, sobrevida e qualidade de vida.
• Quimioterapia
É um tipo de tratamento em que se utilizam medicamentos para combater o câncer. Estes medicamentos se misturam com o sangue e são levados a todas as partes do corpo, destruindo as células doentes que estão formando o tumor e impedindo, também, que se espalhem.
Apesar de ser indolor, algumas vezes, certos remédios utilizados na quimioterapia podem causar uma sensação de desconforto, ardência, queimação, placas avermelhadas na pele e coceira.
• Radioterapia
A radioterapia é um tratamento no qual se utilizam radiações ionizantes (raios-x, por exemplo), que são um tipo de energia para destruir as células do tumor ou impedir que elas se multipliquem. Essas radiações não são vistas durante a aplicação e o paciente não sente nada.
Quando não é possível obter a cura, a radioterapia pode contribuir para a melhoria da qualidade de vida. Isso porque as aplicações diminuem o tamanho do tumor, o que alivia a pressão, reduz hemorragias, dores e outros sintomas, proporcionando alívio aos pacientes.
• Transplante de Medula Óssea
O transplante de medula óssea é um tipo de tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, como as leucemias e os linfomas e consiste na substituição de uma medula óssea doente ou deficitária por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma medula saudável.
O transplante pode ser autogênico, quando a medula vem do próprio paciente. No transplante alogênico, a medula vem de um doador. O transplante também pode ser feito a partir de células precursoras de medula óssea, obtidas do sangue circulante de um doador ou do sangue de cordão umbilical.
Dicas para prevenir o câncer
A prevenção do câncer engloba ações realizadas para reduzir os riscos de ter a doença.
O objetivo da prevenção primária é impedir que o câncer se desenvolva. Isso inclui a adoção de um modo de vida saudável e evitar a exposição a substâncias causadoras de câncer.
O objetivo da prevenção secundária do câncer é detectar e tratar doenças pré-malignas (por exemplo, lesão causada pelo vírus HPV ou pólipos nas paredes do intestino) ou cânceres assintomáticos iniciais.
Confira algumas dicas importantes para prevenir o câncer:
- Não fume. O ato de fumar libera no ambiente mais de 7.000 compostos e substâncias químicas que são inaladas por fumantes e não fumantes, sendo responsáveis principalmente pelos cânceres de pulmão, cavidade oral, laringe, faringe e esôfago.
- Tenha uma alimentação saudável. Ter uma ingestão rica em alimentos de origem vegetal, como frutas, legumes, verduras, cereais integrais, feijões e outras leguminosas, e evitar os alimentos ultraprocessados, pode prevenir o câncer.
- Pratique atividades físicas. Ela promove o equilíbrio dos níveis de hormônios, reduz o tempo de trânsito gastrointestinal, fortalece as defesas do corpo e ajuda a manter o peso corporal adequado. Com isso, contribui para prevenir o câncer de intestino (cólon), endométrio (corpo do útero) e mama.
- Evite bebidas alcoólicas. Seu consumo, em qualquer quantidade ou tipo, contribui para o risco de desenvolver câncer. Além disso, combinar bebidas alcoólicas com o tabaco aumenta a possibilidade do surgimento da doença.
- Vacine contra o HPV as meninas de 9 a 14 anos e os meninos de 11 a 14 anos. A vacinação contra o HPV e o exame preventivo (Papanicolau) se complementam como ações de prevenção do câncer do colo do útero. Mesmo as mulheres vacinadas, quando chegarem aos 25 anos, deverão fazer um exame preventivo a cada três anos, pois a vacina não protege contra todos os subtipos do HPV.
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