A glicose alta é sempre motivo para preocupação, pois é um indicativo da presença do diabetes. No Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, mais de 14 milhões pessoas convivem com a doença no país.
No entanto, a estimativa é de que esse número seja de mais de 23 milhões de pessoas até 2040.
Neste artigo vamos destrinchar as principais informações sobre a doença e suas consequências na saúde da população.
O que é considerado glicose alta?
Os valores de referência para determinar a glicose alta são:
- A partir de 100mg/dL em jejum;
- 140mg/dL duas horas após as refeições.
Se a glicose permanecer muito alta por longos períodos existe a possibilidade de que a pessoa tenha desenvolvido diabetes.
O que é diabetes e quais os diferentes tipos
O diabetes mellitus é uma doença metabólica caracterizada pela elevação da glicose (açúcar) no sangue. Isso pode ocorrer por diferentes fatores:
- Defeito na secreção de insulina, produzida pelo pâncreas;
- Problemas na ação da insulina, que é a de promover a entrada de glicose nas células.
Em geral, de maneira simplificada, pode-se dizer que os casos de defeito na secreção de insulina estão mais associados ao diabetes tipo 1. Além dele, existem também o diabetes tipo 2 e o diabetes gestacional. Veja cada um deles em detalhes:
Diabetes Tipo 1
O diabetes tipo 1 (DM1) tende a aparecer entre a infância ou adolescência, mas também pode ser identificado em adultos. Ele é considerado autoimune, visto que o organismo destrói as células beta do pâncreas levando à deficiência da produção de insulina.
Diabetes Tipo 2
O diabetes tipo 2 (DM2) representa 90% dos casos e, ao contrário do tipo 1, não é fruto de um processo autoimune. Em geral, o estilo de vida (consumo excessivo de gorduras e carboidratos, aliado à falta de exercícios) leva o organismo a enfrentar dificuldades. Isso quer dizer que o pâncreas secreta a insulina, mas a ação dela fica dificultada levando ao que os especialistas chamam de resistência insulínica.
Diabetes Gestacional
Esse é o nome dado ao diabetes manifestado durante o período de gestação da mulher. Em geral, ele é transicional, ou seja, vai embora com o fim da gravidez. Ainda assim, é necessário que a mulher receba acompanhamento, para evitar complicações como pré-eclâmpsia e eclâmpsia.
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Sintomas da glicose alta
De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas associados à glicose alta são:
Diabetes Tipo 1:
- Fome frequente;
- Sede constante;
- Vontade de urinar várias vezes ao dia;
- Perda de peso;
- Cansaço e fraqueza;
- Náusea e vômito.
Diabetes Tipo 2:
- Fome frequente;
- Sede constante;
- Formigamento nos membros inferiores
- Muita vontade de urinar vezes;
- Infecções frequentes;
- Dificuldade de cicatrização;
- Visão embaçada.
Diabetes Gestacional
Em razão das muitas mudanças hormonais vivenciadas pelas mulheres, os sintomas são mais difíceis de serem identificados como causas do diabetes. Por isso, um exame de sobrecarga de glicose (ou teste oral de tolerância à glicose) é indicado, em geral, no 3º trimestre da gravidez. Isso caso a mulher não tenha histórico prévio de diabetes, hipertensão, obesidade ou perda fetal.
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Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico do diabetes pode ser feito de forma bem simples. Uma gotinha e três minutos depois e já é possível conferir se existe a presença de glicose alta.
Se a alteração na taxa de glicemia for considerável, é preciso fazer outros exames de cunho mais aprofundado, como o teste oral de tolerância à glicose.
Mais conhecido como curva glicêmica, o exame é feito em várias etapas. São coletadas amostras de sangue com alguns intervalos, normalmente de meia em meia hora. Nesses intervalos o paciente faz a ingestão de um xarope de glicose. Através do resultado é possível chegar a um diagnóstico específico.
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Complicações decorrentes do diabetes
Uma vez que o paciente é diagnosticado com diabetes, o controle deve ser iniciado e mantido por toda a vida. Isso porque a hiperglicemia crônica, ou seja, o diabetes descontrolado, pode levar a uma série de lesões associadas a microcirculação que geram problemas como:
- Olhos
- Catarata
- Glaucoma
- Retinopatia diabética
- Cérebro
- Derrame
- Coração
- Doença arterial coronariana (DAC)
- Aterosclerose
- Infarto
- Rins
- Doença renal crônica
- Insuficiência renal
- Fígado
- Esteatose hepática
- Cirrose
- Pés
- Neuropatia diabética
- Amputação
Formas de tratamento do diabetes
Primeiramente, é preciso compreender que o tratamento varia de acordo com o tipo de diabetes, mas em hipótese alguma pode ser abandonado, em razão da possibilidade de complicações severas.
No caso do diabetes tipo 1, em geral recomenda-se o uso de aplicação diária de insulina, que pode ser injetável ou até mesmo por uma bomba de insulina.
Já o diabetes tipo 2, normalmente, requer uma combinação de uso de medicamento oral, planejamento alimentar e inclusão de atividade física na rotina.
Para as gestantes, normalmente são recomendadas medidas de controle alimentar, também aliada à atividade física, dependendo do risco que essa mulher corre na gravidez.
Vale lembrar que todas essas formas de tratamento aqui descritas são colocações de medidas que podem ser adotadas em linhas gerais, mas é essencial que cada pessoa com diabetes faça um acompanhamento e tratamento personalizado.
Exames são essenciais para indicar a continuidade do tratamento
Assim como as indicações de tratamento, é fundamental manter os exames de acompanhamento em dia para avaliar se o diabetes representa algum risco de complicação. Entre eles estão:
- Exames dos pés – teste de sensibilidade e circulação;
- Exames dos olhos;
- Exames de sangue e de função renal;
- Exames de colesterol;
- Eletrocardiograma.
Prevenção do diabetes
A prevenção do diabetes consiste em adotar um estilo de vida mais saudável. Investir em uma alimentação balanceada, que privilegie alimentos naturais, equilíbrio de sal e açúcar, pouca gordura etc.
Vale lembrar que, uma vez diagnosticado, o indivíduo também deverá passar por mudanças no estilo de vida a fim de alcançar o controle glicêmico e sucesso no tratamento.
Além da adequação alimentar, a prática de atividade física de modo regular é outra medida fundamental a ser adotada. Em conjunto, alimentação e exercício físico contribuem para o bom controle do peso corporal, essencial para o bom funcionamento metabólico.
A realização de exames periódicos complementa a lista de cuidados a serem tomados.
Estar atento a eventuais sintomas também é importante. Portanto, fique alerta e cuide-se sempre!
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1 Comments
Parabéns, excelente matéria. Eu estou em tratamento, vou procurar seguir esses conselhos. Obrigado.