
Viver em um ambiente urbano, por mais comum que isso seja, significa estar exposto a diversas substâncias no dia a dia que não são naturais e podem prejudicar a saúde.
De acordo com o Ministério da Saúde, a baixa qualidade do ar é um dos grandes fatores de risco atuais para o adoecimento, considerando os altos níveis de poluição e agentes externos.
E está associado tanto a condições mais simples – a exemplo dos quadros alérgicos – como a cerca de 20% a 30% de todas as doenças respiratórias e até mesmo ao câncer de pulmão.
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Como a qualidade do ar afeta a saúde?
De forma geral, diversas atividades profissionais e pessoais demandam a queima e/ou cozimento de substâncias que liberam partículas tóxicas em todo o ambiente, como os processos industriais, a condução de veículos e o próprio ato de cozinhar.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 2,1 bilhões de pessoas no mundo cozinham usando fogueiras ou fogões ineficientes que contribuem para o cenário. Em conjunto, a poluição do ar ambiente e do ar doméstico causam 6,7 milhões de mortes prematuras todos os anos.
A entidade ainda aponta que a exposição à poluição do ar doméstico leva a doenças não transmissíveis, incluindo a doença cardíaca isquêmica, a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), os derrames e o câncer de pulmão.
O que acontece é que os poluentes microscópicos que se espalham pelo ar, e entram em nosso corpo pelas vias respiratórias, podem contornar as defesas naturais do organismo e chegar a lugares mais profundos dos sistemas respiratório e circulatório. Assim, conseguem danificar órgãos como pulmões, coração e cérebro.
Em paralelo, outros fatores também influenciam na qualidade do ar interno de um ambiente e nos efeitos que isso pode causar à saúde.
A maioria das pessoas passa grande parte do tempo em locais fechados, seja em casa ou no trabalho. Nas estações mais quentes, a tendência é o uso de ar-condicionado, mantendo as janelas e portas fechadas. Isso acontece também no inverno, porém como forma de que as pessoas protejam-se do frio, o que acaba evitando a renovação do ar.
Sem uma ventilação adequada, principalmente se a limpeza do ambiente não é constante, poeira, ácaros e outros microrganismos se acumulam em sofás, colchões, tapetes e demais objetos, propiciando a sua inalação.
Em contato com o sistema imunológico, esses agentes podem reduzir a eficiência do combate natural a vírus e bactérias, desencadeando alergias e outras crises respiratórias mais graves, como asma e bronquite.
Apesar de idosos, crianças, gestantes e indivíduos com doenças prévias representarem os maiores grupos de risco diante da poluição do ar, qualquer pessoa está suscetível a adoecer ou desenvolver um quadro alérgico sem os cuidados necessários.
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O que fazer para garantir a qualidade do ar em casa?
Não é possível evitar completamente todos os microrganismos e suas ações, já que a exposição à poluição acontece o tempo todo. Porém, algumas medidas são muito eficazes para melhorar a qualidade do ar no ambiente interno e reduzir as chances de desenvolver quadros de saúde.
1. Deixe os ambientes mais arejados
Para garantir que o ar esteja circulando pela casa e se renovando, procure abrir as janelas e portas durante o dia, principalmente enquanto realizar tarefas como cozinhar, faxinar, pintar ou outras que usam produtos com cheiros fortes.
O Departamento de Proteção Ambiental dos Estados Unidos também recomenda o uso dos exaustores de banheiro ou cozinha, pois eles removem os contaminantes diretamente do cômodo em que estão e ainda aumentam a taxa de ventilação do ar externo.
2. Mantenha a limpeza da casa em dia
A higienização dos ambientes de casa também deve passar por portas, janelas e outros tipos de ventilação, como os filtros do ar-condicionado, além de tapetes, sofás, poltronas, colchões, estofados, almofadas e demais objetos ou tecidos que possam acumular poeira, ácaros e pelos de animais.
3. Lave as roupas de cama e banho regularmente
Lençóis, cobertas, mantas (incluindo as do sofá), toalhas e até os travesseiros são pontos propícios para que esses agentes se instalem. Por isso, a troca e a lavagem constante é uma das maneiras de melhorar a qualidade do ar interno.
4. Atenção ao uso de aparelhos
O ar-condicionado é um dos mais queridinhos, porém, sua utilização deve ser por um tempo moderado por dia já que ele ajuda a ressecar o ar (e as narinas). O ventilador, por sua vez, não representa tanto perigo desde que esteja sempre limpo e livre de poeira.
Em paralelo, os umidificadores de ar são excelentes para auxiliar com o nível de umidade, mas também precisam ser usados com moderação, pois acabam favorecendo a formação de mofo.
5. Cuidado com a escolha dos produtos
Muito produtos de limpeza, velas e purificadores de ar perfumados podem deixar a casa com um cheiro agradável, no entanto, possuem substâncias tóxicas em sua composição. Dessa forma, é preferível evitá-los e dar preferência aos aromatizadores naturais.
O mesmo vale para os amaciantes e sabões de lavar roupas. É melhor sempre optar por produtos de composição mais neutra que não desencadeiam ou agravam quadros alérgicos.
6. Coloque pontos de água pela casa
Em dias de muito calor, quando a qualidade do ar estiver baixa e o ambiente muito seco, uma boa alternativa é espalhar baldes e bacias com água ou toalhas molhadas pela casa, pois esses pontos úmidos ajudam a aumentar diretamente o nível de umidade geral.
7. Evite o tabagismo indoor
É fundamental, sempre que possível, não fumar – especialmente dentro de casa. A fumaça do cigarro contém diversas toxinas que se espalham pelo ar e que podem provocar irritação nos olhos, nariz e garganta. E elas, bem como o cheiro, também tendem a ficar nos ambientes por muito tempo e até impregnar em móveis e tecidos.
8. Tenha plantas em diferentes cômodos
Conviver com diversas espécies de plantas traz benefícios incríveis para a saúde. Muitas são capazes de filtrar o dióxido de carbono e/ou absorver outros tipos de toxina, purificando o ar naturalmente, como é o caso da Espada de São Jorge e do Lírio da Paz. Além disso, elas ainda podem decorar os cômodos da casa!
Em conclusão, investir na qualidade do ar em ambientes internos é de extrema importância para a saúde e a qualidade de vida. E com alguns cuidados simples e fáceis no dia a dia é possível garantir o bem-estar a longo prazo.
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