
Nos últimos anos, o debate acerca do aquecimento global se tornou uma das prioridades ao redor do mundo. Como resultado desse efeito, é possível notar mudanças climáticas em todos os lugares, que vão desde ondas de calor extremo a tempestades e alagamentos.
Além do grande impacto no meio ambiente e na produção de alimentos, essa variação do clima e as possíveis consequências relacionadas a ela também vem sendo apontadas como fatores de risco para a saúde da população.
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Impactos das mudanças climáticas na saúde
De acordo com o Ministério da Saúde, as mudanças climáticas estão relacionadas a diferentes situações que podem afetar o bem-estar.
Segurança alimentar e nutricional
Com as dificuldades enfrentadas pela produção agrícola devido às secas e inundações, pode ocorrer a escassez de alguns alimentos e uma má nutrição em alguns pontos do país.
Transtornos de saúde mental
Os índices de condições como ansiedade, depressão, estresse crônico, entre outros, apresentaram um crescimento significativo, seja pela sequência de eventos emergenciais e de catástrofes ambientais ou pelas incertezas do futuro.
Doenças relacionadas ao calor
Houve ainda um aumento nos casos de insolação e de desidratação, bem como o agravamento de condições cardiovasculares.
Doenças respiratórias
Segundo à Prefeitura de São Paulo, gripes, resfriados e outras doenças respiratórias, como asma e bronquite costumavam ser mais frequentes em períodos de outono e inverno. Porém, o aquecimento global e as mudanças climáticas alteraram esse padrão. Isso se relaciona com três fatores:
- poluição e má qualidade do ar, que se agrava na falta de chuvas e ventos;
- variação extrema de temperatura, causando irritação nas vias aéreas e acúmulo de muco, o que favorece infecções;
- umidade do ar, pois, quando abaixo do ideal, resseca as secreções e facilita infecções.
Leptospirose
Doença infecciosa causada pela bactéria Leptospira e transmitida pela urina de animais (principalmente os ratos) em situações de enchentes em que há um contato de longo período com a água contaminada. Recentemente, com o aumento das chuvas, registrou-se surtos em algumas cidades brasileiras.
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Mudanças climáticas aumentam os riscos da transmissão de vírus
Outro fator que vem sendo observado pelas entidades de saúde e pesquisadores de todo o mundo é a crescente nos surtos de doenças virais.
A Abbott Pandemic Defense Coalition, rede global que monitora ameaças virais emergentes, publicou uma pesquisa em 2024 que destaca os patógenos virais e as doenças transmitidas por mosquitos como as principais preocupações diante das mudanças climáticas.
Além disso, o Instituto Butantan, desde a pandemia da Covid-19, vem divulgando estudos e informações relacionando o aquecimento global com o impulsionamento na transmissão de milhares de vírus.
Uma das razões é que as temperaturas cada vez mais quentes somadas à umidade das chuvas intensas favorece a reprodução e proliferação de mosquitos como o Aedes aegypti, responsável pela transmissão de doenças como:
- dengue: caracterizada principalmente por uma febrerepentina, mas podendo também provocar fraqueza, dores de cabeça, musculares e atrás dos olhos;
- chikungunya: com sintomas semelhantes à dengue, porém também com a presença de manchas vermelhas pelo corpo, coceira na pele, calafrios, náuseas, vômitos e conjuntivite;
- zika vírus: comumente provoca febre baixa, dores de cabeça e nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos;
- febre amarela: que causa sintomas iniciais como febre súbita, dores no corpo, fadiga, calafrios, náuseas e vômitos.
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Vacinas são medidas eficazes de prevenção
Diante desse cenário, os cuidados com a saúde e as medidas preventivas se tornam ainda mais importantes para garantir o bem-estar mesmo com os efeitos das mudanças climáticas.
Entre as estratégias mais eficazes de proteção da saúde está a vacinação, que fortalece o sistema imunológico, age contra agentes infecciosos e ainda contribui para a redução da disseminação de diversas doenças.
Considerando as condições citadas que se relacionam diretamente com o aquecimento global e as variações do clima, algumas vacinas indispensáveis são:
- vacina da febre amarela: dose única com proteção para toda a vida;
- vacina contra a dengue: duas doses, com intervalo de 90 dias entre cada uma;
- vacina contra a gripe (Influenza): dose única anual;
- vacina da COVID-19: atualmente, recomendada em um esquema de duas doses.
Além disso, as vacinas VSR (contra o vírus sincicial respiratório), pneumocócica (proteção contra pneumonia, meningite, otite média e sinusite) e antipneumocócica (contra pneumonia, mengite e sepse) também ajudam a prevenir doenças respiratórias, como a pneumonia.
Em conclusão, seguir o calendário oficial de imunização e outras recomendações de prevenção dessas doenças, bem como investir em bons hábitos que mantém o corpo saudável, são atitudes fundamentais para se proteger dos efeitos das mudanças climáticas e preservar a qualidade de vida.
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