Tudo o que o ser humano faz pode não só mudar o ambiente ao seu redor como trazer consequências no curto, no médio e no longo prazos para a sua qualidade de vida. Dessa forma, o conceito de saúde ambiental se preocupa justamente com os reflexos dessas interações.
Inclusive, entender melhor quais as implicações práticas do termo saúde ambiental é um passo importante para adotar medidas capazes de contribuir com a saúde em todas as suas dimensões, agora e no futuro.
O conceito de saúde ambiental
De forma resumida, a saúde ambiental pode ser compreendida como a área do conhecimento que se preocupa em avaliar a interação entre a saúde humana e o meio ambiente. Isso inclui mesmo as áreas que já tenham sofrido intervenções pela ação do Homem.
A partir disso, a saúde ambiental tentará mapear e desenvolver formas de minimizar riscos provocados pela influência de diferentes aspectos sobre o bem-estar dos indivíduos convivendo em determinado espaço.
Além disso, o conceito de saúde ambiental anda sempre lado a lado com a noção de sustentabilidade ambiental. Em outras palavras, toda ação de promoção de um ambiente mais saudável deve se preocupar também com o acesso das gerações futuras aos recursos naturais necessários para sua sobrevivência.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), de todos os óbitos registrados no planeta em 2016, 24% podem ser atribuídos a questões ambientais. Entre exemplos de causas de morte atreladas a fatores ambientais estão poluição do ar, problemas de saneamento de água e esgoto ou mesmo eventos climáticos extremos (como ondas de calor, por exemplo).
Exemplos da interação entre saúde e ambiente
Não é difícil pensar em mais exemplos que reforcem a interação entre saúde e ambiente. Muito se dá pelo fato de que essa ideia (ainda que com outros nomes) não é necessariamente nova.
Na Grécia Antiga já se tinha uma noção de que ambientes bem ventilados, água limpa e hábitos de higiene eram importantes para a saúde. Séculos depois, mesmo sem entender muito bem o papel de microrganismos como causadores de doenças, um médico inglês descobriu como a cólera se espalhava através da água contaminada.
Atualmente, entre os exemplos mais simples e frequentes de como o ambiente afeta a saúde de todos estão:
- As enfermidades causadas pela falta de acesso à água potável e tratamento de esgoto.
- As doenças disseminadas pela ação de determinados vetores (como a dengue, que precisa do mosquito para ser transmitida).
- As complicações respiratórias provocadas pela poluição do ar, seja por conta da fumaça dos carros, de indústrias ou mesmo de queimadas.
- Intoxicações por substâncias químicas, presentes na água, no solo ou no ar.
- Consequências de eventos climáticos extremos, como ondas de calor e chuvas fortes, que podem se tornar cada vez mais frequentes por conta das mudanças climáticas.
- Prejuízos à saúde mental devido às consequências da urbanização que tornam as grandes cidades mais difíceis de habitar, expondo o indivíduo continuamente a diferentes situações de estresse.
Outro ponto que merece destaque é que os impactos desses e de outros fatores ambientais sobre a saúde não são igualmente distribuídos à população. É esperado que populações já marginalizadas sofram mais com tais impactos e tenham menos recursos para lidar com tais problemas.
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O que cada um pode fazer com relação a essa preocupação
Muitas das iniciativas necessárias para a promoção de ganhos em saúde ambiental dependem de ações coletivas. É fundamental, por exemplo, que todos os habitantes de uma cidade tenham acesso ao saneamento básico independente do bairro onde morem.
Ao mesmo tempo, esses mesmos cidadãos precisam ter uma oferta de transporte público que os permita deixar o carro em casa, ajudando a reduzir a poluição atmosférica provocada pela queima de combustíveis fósseis (como a gasolina).
De qualquer maneira, isso não isenta a responsabilidade de cada um de nós sobre determinados aspectos. Entre os exemplos de medidas simples que podem ser adotadasdo ponto de vista individual estão:
- Cuidar do seu próprio lixo, evitando que ele vá parar em locais inadequados e se transforme num foco de disseminação de vetores (como ratos e mosquitos) e doenças.
- Reduzir o desperdício e, sempre que possível, reciclar seus resíduos.
- Se proteger das consequências do ar ruim sobre o organismo, bebendo bastante água e hidratando as narinas, principalmente em períodos mais secos.
- Privilegiar, sempre que possível, ambientes bem arejados.
- Tornar o consumo de energia elétrica mais inteligente, adotando aparelhos mais eficientes e desligando tudo aquilo que não estiver em uso.
- Optar por meios de transporte que não dependam do uso individual do automóvel, aliviando assim a poluição do ar e o trânsito das grandes cidades.
- Apoiar causas ambientais, garantindo que os benefícios da promoção da sustentabilidade cheguem a mais gente.
Em suma, ainda que essas dicas possam não ser suficientes para englobar a complexidade do conceito de saúde ambiental, elas podem ser um primeiro passo importante para ampliar a conscientização sobre o tema.
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