Já é sabido que o desequilíbrio da saúde mental está diretamente ligado a diversas patologias, entre elas, doenças dermatológicas. O estresse pode causar na pele variadas reações que impactam negativamente a vida da pessoa.
Isso ocorre porque quando o feto está sendo formado, pele e sistema nervoso se desenvolvem a partir do mesmo folheto embrionário, chamado de ectoderme, o que, em termos práticos, faz com que pele e sentimentos estejam interligados.
Sendo assim, quando falamos de estresse, estamos tratando de diversas manifestações emocionais, consideradas em sua grande maioria, negativas como raiva, tensão, cansaço, desânimo, impaciência, esgotamento, entre outros que em fases crônicas são prejudiciais para todo o organismo. Além de serem responsáveis por desencadearem uma crise dermatológica ou a reincidência da mesma.
E um dos motivos está na liberação em excesso de cortisol, hormônio capaz de atingir o sistema imunológico de uma pessoa, provocando ou agravando diversas doenças.
Conheça as funções da pele e porque é tão importante cuidarmos da sua saúde
A pele é o maior órgão do corpo humano e além da extensão, carrega consigo a responsabilidade de executar inúmeras funções vitais e de extrema importância para a manutenção da vida e bem-estar satisfatório.
Entre suas múltiplas funções estão:
- Atuar como base dos receptores sensoriais;
- Enviar ao cérebro os comandos de percepção do tato, o mais delicado de todos os sentidos;
- Ser fonte organizadora e processadora de informações;
- mediadora de sensações;
- Atuar como barreira entre o organismo e o ambiente externo;
- Ser camada protetora contra efeitos da radiação e lesões;
- Atuar como barreira contra materiais tóxicos e organismos estranhos;
- Regular a pressão e o fluxo do sangue;
- Produzir queratina;
- Regular a temperatura corporal;
- Metabolizar água e sal pela transpiração;
- Atuar como facilitadora da entrada e saída de gases;
- Sintetizar vários compostos importantes, como a vitamina D;
- Atuar como barreira ácida que protege contra muitas bactérias;
- Proteger contra a chuva e o frio por meio da secreção das glândulas sebáceas produzidas por ela, que atua também como lubrificante dos pelos.
O papel da psicodermatologia no combate ao que o estresse pode causar na pele
A psicodermatologia é uma área pouco falada, mas que tem como objetivo integrar o trabalho de médicos e psicólogos em busca de entender cada vez melhor a relação das doenças de pele e o estresse emocional.
Alguns autores da literatura especializada concordam que a pele faz o primeiro contato com o mundo externo, além de um importante meio de manifestação de conflitos e emoções.
De acordo com Periódicos em Pscicologia, cada paciente tem uma representação de sua doença que é única. E no que se refere à terapia das doenças cutâneas, no entendimento da Psicodermatologia, além do tratamento médico, aliam-se, com frequência, nas diferentes correntes: técnica comportamental, psicoterapia de apoio, psicoterapia de grupo, técnicas de relaxamento, hipnose, grupos de autoajuda; trabalho em conjunto do médico com o psicoterapeuta e uso de drogas psicotrópicas, principalmente ansiolíticas e antidepressivas.
É importante frisar que essas indicações, referem-se ao tratamento individual, ou seja, deve ser estabelecido de acordo com cada paciente e acompanhado sempre por um especialista.
Doenças que o estresse pode causar na pele
Existem algumas doenças de pele que podem ser desencadeadas pelo estresse, Conheça algumas das principais:
Dermatite atópica
Trata-se de um processo inflamatório identificado por lesões avermelhadas na pele que coçam muito e podem descamar. Além do estresse e da tensão emocional, também podem ter relação com outras doenças pré-existentes como bronquite, asma e rinite, além de fatores climáticos como frio intenso, locais muito secos, tecidos de lã, calor e transpiração.
Psoríase
Doença inflamatória crônica caracterizada por escamas e manchas secas, formadas normalmente nos cotovelos, joelhos e couro cabeludo. Os números revelam que em 30% dos casos sua causa está relacionada ao fator genético e seu agravamento acontece, principalmente, por conta do estresse, exposição ao frio e álcool.
Urticária
Mais recorrente do que imaginamos, trata-se de uma irritação da pele que pode surgir de repente em qualquer lugar do corpo. Pode variar entre os casos mais agudos, que possuem duração de até 6 semanas e, geralmente, não deixam cicatrizes, ou em sua forma considerada crônica, quando permanece por um longo período, que pode durar meses ou anos. O estresse não é considerado a causa principal da urticária, mas ele pode piorar os sintomas consideravelmente.
Vitiligo
Redução ou falta de melanina (pigmento que dá cor à pele) em diversas regiões do corpo, nas quais surgem manchas brancas. O estresse é um fator comum entre os pacientes diagnosticados com vitiligo, e pode ser responsável por desencadear o início da doença caso a pessoa já tenha predisposição genética.
Outras doenças dermatológicas relacionadas ao estresse são a acne, herpes, dermatite seborreica, furúnculo, micose, rosácea, envelhecimento precoce e olheiras.
Como evitar e aliviar os níveis de estresse
Confira algumas dicas e cuide da sua saúde mental!
1. Faça exercícios físicos
Um estudo feito na University College London, no Reino Unido, mostrou que quanto maior é a aptidão cardiorrespiratória de uma pessoa, menor é o risco de ela sofrer com transtornos comuns de saúde mental, como ansiedade e depressão. Por aptidão cardiorrespiratória, entenda que é a capacidade dos sistemas cardiovascular e respiratório de fornecerem oxigênio ao corpo durante o exercício. Ou seja: é o bom condicionamento físico.
2. Medite
A meditação consiste em uma técnica que ajuda o praticante a se livrar das tensões emocionais e concentrar toda a atenção em sua essência. Por possibilitar um maior controle para lidar com o turbilhão de emoções diárias, a prática reduz consideravelmente o nível de ansiedade. Além de ajudar a balancear os níveis de cortisol e outras substâncias diretamente relacionadas ao estresse e desequilíbrio emocional. O exercício libera ainda hormônios como a endorfina, que ampliam a sensação de prazer e bem-estar. Tudo isso contribui para um melhor relaxamento.
3. Tenha momentos de lazer
Tirar um tempo para fazer o que realmente gosta é um dos grandes investimentos na prevenção e alívio do estresse. Esteja perto das pessoas que ama e opte por atividades que te dão prazer. Pode ser ler um livro, ver um filme, passear com seu cachorro, entre outras atividades.
Existem passos simples que ajudarão você a cuidar de si mesmo e da sua saúde mental. Confira outras dicas de autocuidado e o que fazer para melhorar a saúde mental CLICANDO AQUI.
Vale o alerta!
A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) divulgou um alerta recente sobre o estresse e ansiedade causados pela quarentena. Segundo a SBD, o período pode representar um gatilho para surgimento ou piora de doenças psicodermatológicas.
Por isso, é importante estar atento aos sinais e procurar a ajuda de um médico especialista para uma investigação profunda e orientação assertiva de tratamento.
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