Entre tantos impactos da COVID-19 na sociedade, um grupo de pessoas que foi e está sendo afetado é o de pacientes com câncer de mama. Com a recomendação de ficar em casa e o adiamento de procedimentos eletivos, muitas dúvidas surgiram e, em diversos casos, tratamentos de câncer de mama sofreram atrasos.
Por isso, neste mês de outubro, que se celebra a campanha Outubro Rosa, queremos conscientizar a população sobre a luta contra o câncer de mama, segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres, e lembrar da importância de seguir o tratamento mesmo durante a pandemia.
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Coronavírus e câncer de mama
Segundo a Organização Mundial da Saúde, pacientes oncológicos estão entre as pessoas que são grupo de risco para o novo coronavírus (SARS-CoV-2). Isso porque o câncer aumenta a probabilidade de se ter consequências mais graves em caso de contágio pelo novo coronavírus.
Atualmente, ainda não estão disponíveis vacinas contra a COVID-19, doença infecciosa de fácil contágio que pode afetar as pessoas de diferentes maneiras. Quem está com imunidade mais baixa, tem mais dificuldade de combater o novo coronavírus. Por isso, pode acabar desenvolvendo complicações da doença que podem afear pulmões, coração, rins, entre outras partes do corpo.
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A American Cancer Society explica que pacientes com câncer têm seus sistemas imunológicos enfraquecidos pelo câncer e seus tratamentos. Principalmente, os pacientes que estão fazendo quimioterapia, radioterapia ou que foram operados há menos de 30 dias podem ter o sistema imunológico afetado. Por isso, são considerados mais vulneráveis à COVID-19.
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Tratamento de câncer de mama deve ser priorizado durante pandemia
É muito importante que mulheres com câncer de mama se protejam e evitem o contágio do vírus. Porém, não devem parar o tratamento oncológico. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer, “o paciente com câncer não deve, em nenhuma hipótese, parar seu tratamento por conta própria, seja quimioterapia, radioterapia ou uma cirurgia. Toda decisão quanto ao tratamento deve ser feita junto com a equipe de saúde”.
Portanto, o consenso médico é de que os benefícios de seguir o tratamento do câncer de mama superam os riscos. Pois, sem o tratamento, o tumor pode progredir.
Mas, infelizmente, estudos já mostram que em alguns países muitas mulheres enfrentaram atrasos no tratamento este ano. De acordo com uma pesquisa publicada pela revista Breast Cancer Research and Treatment, as primeiras semanas da pandemia da COVID-19 fizeram com que 44% de pacientes com câncer de mama atrasassem o atendimento nos Estados Unidos. Cerca de 30% das entrevistadas responderam que seu tratamento de radioterapia foi adiado ou interrompido, enquanto 26% disse que a remoção cirúrgica de seu tumor foi adiada ou interrompida.
Outro estudo realizado no Reino Unido também disse que houve uma queda de 60% nos agendamentos de quimioterapia em comparação a um período anterior à disseminação da COVID-19. Publicado no The British Medical Journal, o estudo afirma que pode haver um aumento de aproximadamente 20% na mortalidade por câncer devido à pandemia.
No Brasil, a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) realizou um levantamento em que descobriu que as principais reclamações de pacientes com câncer de mama foram o cancelamento de consultas (32,3%), de cirurgias (22,6%), seguida pela falta de agenda para exames diagnósticos (16,1%).
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Cuidados necessários durante tratamento
Portanto, como falado antes, é muito importante não interromper o tratamento do câncer de mama. É compreensível ter medo e sentir-se estressado ou ansioso. Mas converse com seu médico e verifique as melhores opções de como seguir o tratamento. Abaixo, separamos alguns conselhos e precauções que devem ser tomados durante o tratamento do câncer e a pandemia:
- Fique em casa e só saia para o que realmente for necessário, como tratamento;
- Caso tenha que sair de casa, use máscara o tempo todo;
- Evite contato próximo com pessoas fora de sua casa;
- Lave as mãos com frequência usando água e sabão por pelo menos 20 segundos;
- Use álcool em gel 70% quando não houver água e sabão disponível;
- Evite tocar em seus olhos, nariz e boca;
- Permaneça apenas o tempo necessário em ambiente hospitalar e evite aglomerações;
- Na consulta ou tratamento, leve somente um acompanhante, com menos de 60 anos, se possível;
- Tente manter distância de outras pessoas, como outros pacientes e até mesmo da equipe de saúde, na medida do possível.
Caso apresente sintomas da COVID-19, como febre, coriza, tosse seca e falta de ar, entre em contato com seu médico.
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