De acordo com o Ministério da Saúde, apenas 1,8% da população brasileira doa sangue (sendo que o ideal seria 3%). Esse número, que já é baixo, fica ainda menor nos meses mais frios do ano. Isso se explica porque, em épocas assim, aumentam os casos de viroses e outras infecções — doenças que impedem a doação de sangue.
Agora, em tempos de pandemia de Covid-19 e necessidade de isolamento social, essa realidade pode se agravar ainda mais, fazendo com que cada doação de sangue ganhe mais importância.
Pensando não só em trazer mais informações sobre o assunto, mas também em estimular você a se tornar um doador, trouxemos respostas para algumas dúvidas comuns. Confira a seguir.
Veja mais: Colesterol e pressão arterial: qual é a relação?
1. Com a Covid-19, como doar sangue em segurança?
Como medida de prevenção, para evitar a aglomeração de pessoas no momento da coleta, os hemocentros estão fazendo o procedimento com horário marcado e mantendo o distanciamento seguro entre os doadores durante a coleta. Então, não é preciso ter medo de ir até o local. Outra mudança é que uma pessoa que apresentou sintomas respiratórios e febre nos últimos 30 dias não pode realizar qualquer tipo de doação. E se ela esteve em contato com alguém que teve Covid-19 ou apresentou sintomas, não poderá fazer a doação de sangue no período de, no mínimo, 14 dias.
2. Por que a doação de sangue é tão importante?
O sangue ainda não pode ser produzido artificialmente, por isso, é preciso contar com a solidariedade da população para manter os estoques em quantidade e qualidade adequadas para o tratamento de doenças. Pessoas que sofreram acidentes, pacientes submetidos a cirurgias cardíacas, transplantes de rins, de fígado e de medula óssea, entre outros procedimentos, podem depender de uma doação de sangue para sobreviver.
Veja mais: Sobrepeso: dicas para manter o peso saudável
3. Quero me tornar doador, por onde devo começar?
Antes de tudo, procure o hemocentro mais próximo de você. Os requisitos básicos para fazer a doação de sangue são: estar em boas condições de saúde, ter entre 16 e 69 anos e pesar no mínimo 50kg. Além disso, é importante estar descansado (ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas) e alimentado (apenas evitando alimentos gordurosos até 2 horas antes porque isso pode dificultar a identificação de algumas doenças transmissíveis). Veja aqui outros requisitos para ser um doador de sangue.
4. A doação de sangue vai levar o dia todo?
A doação de sangue propriamente dita leva cerca de uma hora e acontece em cinco etapas: cadastro do doador, triagem clínica (inclui teste de anemia, verificação da pressão arterial, batimentos cardíacos, peso, temperatura e questionário sobre sua saúde), voto de autoexclusão (quando você se declara inapto para a doação), doação propriamente dita e lanche pós-doação. Feito isso, você pode retomar as atividades de rotina, apenas evitando esforços físicos, deixando de fumar por duas horas e evitando ingerir álcool. Ah, e se estiver preocupado com o trabalho, por ter feito a doação de sangue, você recebe atestado de 1 dia de abono, para que possa se recuperar tranquilamente em casa.
5. Meu corpo vai sofrer prejuízos sem o sangue doado?
Não. Só para ter ideia, a quantidade de sangue retirada em uma doação é de apenas 450ml e, em 24 horas, o organismo já terá reposto isso sem que qualquer função tenha sido comprometida. Aqui vale esclarecer alguns mitos: a doação não causa alterações na espessura ou viscosidade do sangue, não está relacionada ao surgimento de doenças, como anemia, e não emagrece. Lembrando que o procedimento é realizado com materiais descartáveis para evitar o risco de qualquer tipo de infecção que um reutilizável poderia trazer.
6. A vacinação ou o uso de medicamento pode atrapalhar?
De acordo com a vacina aplicada, pode ser necessário aguardar um tempo mínimo para fazer a doação. Esse intervalo varia conforme o tipo da vacina. Por isso, recomenda-se a consulta prévia com um profissional do banco de sangue para saber quando será possível a realização da doação. A vacina para gripe, por exemplo, exige o prazo de um mês após a aplicação para a realização da doação. Quanto ao uso de medicamento, a avaliação é individual, então, vale mencionar o assunto na sua conversa com o hemocentro.
7. Existe um grupo de risco que não pode fazer doação de sangue?
Na realidade, existe um “comportamento de risco”, ou seja, o estilo de vida da pessoa que a deixaria mais exposta ao risco de adquirir uma determinada doença ou infecção. De acordo com o Ministério da Saúde, esse comportamento se caracteriza por: ter múltiplos parceiros sexuais ocasionais ou eventuais sem uso de preservativo, usar drogas ilícitas, ter feito sexo em troca de dinheiro ou droga, ter sido vítima de estupro, ser parceiro sexual de pessoa que tenha exame reagente para infecções de transmissão sexual e sanguínea, ter parceiro sexual que pertença a alguma das situações acima, dentre outros.
Quer mais dicas de saúde? Veja mais posts no nosso blog!